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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) cobram da Petrobrás uma política de investimentos que garanta segurança aos trabalhadores, após o incêndio seguido de explosão em uma plataforma na Bacia de Campos (RJ), na segunda-feira (21), que deixou 32 vítimas. Desses, 14 trabalhadores foram hospitalizados com queimaduras – um está em estado grave –, e os demais precisaram de atendimento porque inalaram fumaça.

“O que aconteceu em Cherne 1 poderia ter sido evitado. São vidas colocadas em risco por negligência e falta de planejamento. Não podemos permitir que a falta de investimento em manutenção e segurança faça com que as unidades sejam espaços de vulnerabilidade para os trabalhadores”, afirmou o diretor da FUP e do Sindipetro-NF, Sérgio Borges.

As entidades afirmam que “além de reduzir riscos, um programa que assegure a integridade das instalações pode também movimentar a indústria nacional, fortalecendo cadeias produtivas relacionadas à manutenção, segurança industrial e reaproveitamento de materiais, gerando empregos e desenvolvimento sustentável”.

“Muitas plataformas têm equipamentos enferrujados e passarelas interditadas. A plataforma PCH-1 (Cherne 1) estava bem ruim mesmo. Apesar de ela não estar produzindo, ela ainda servia como plataforma de bombeio de gás. Ela ainda recebia gás de outras unidades e o bombeava”, diz Sérgio.

Em nota, a FUP exige da Petrobrás “medidas imediatas para garantir a integridade dos trabalhadores, a apuração rigorosa do ocorrido e a implementação urgente de políticas que priorizem a vida, a segurança e a responsabilidade com o patrimônio público e ambiental”.

A entidade esclarece que, apesar do seu posicionamento contra a privatização, “a plataforma em questão foi vendida para a empresa britânica Perenco, operadora do setor de óleo e gás. A negociação já foi concluída há algum tempo e, atualmente, a Petrobrás está na fase de closing do contrato – etapa final do processo de venda, que envolve a transição formal de serviços e responsabilidades operacionais”. De acordo com a Federação, empregados da Petrobrás e da Perenco estão embarcados conjuntamente na unidade, promovendo a transferência de conhecimento necessária para que a Perenco assuma gradualmente a operação e a manutenção da plataforma.

Na terça-feira (22), a Petrobrás também divulgou uma nota informando que “as pessoas que permaneceram na plataforma estão bem e que uma comissão será formada para apurar as causas do incidente”.

Fonte: Página 8