Israelenses se manifestam em Tel Aviv por cessar-fogo e negociações para o retorno dos reféns | Foto: Tomer Appelbaum/Haaretz

“Nós, a sociedade civil e as organizações de direitos humanos abaixo assinadas, com sede em Israel, apelamos a um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza”, diz documento expedido neste sábado, dia 17, por 37 organizações da sociedade e de defesa dos direitos humanos com sede em Israel.

Ao tempo em que as entidades apelam pela libertação dos reféns israelenses, destaca que “um cessar-fogo imediato evitará novas perdas de vidas civis e facilitará o acesso a ajuda vital para Gaza enfrentar a catástrofe humanitária sem precedentes naquele território”. 

Segue afirmando que após o ataque do Hamás em 7 outubro, Israel segue bombardeando a Faixa de Gaza a já 120 dias

“De acordo com o Ministério da Saúde palestino”, segue o documento, “cerca de 27.000 pessoas morreram, mais de 66.000 ficaram feridas e outras milhares ainda estão enterradas sob os escombros. O sistema de saúde foi quase totalmente dizimado por ataques militares, apagões de eletricidade, o enorme número de equipes médicas mortas ou deslocadas e escassez de medicamentos e equipamentos médicos”.

Denuncia ainda que “apenas 14 dos 36 hospitais estão parcialmente operacionais e à beira do colapso devido à extrema sobrecarga e falta de suprimentos. Falta abastecimento de alimentos e água potável em toda a Faixa de Gaza, com toda a população em risco iminente de fome e desidratação”. 

“Cerca de 1,7 milhão de pessoas – cerca de 75% da população – foram deslocadas. Os abrigos de deslocados internos estão superlotados e sem condições básicas, com extrema escassez de alimentos, água e outras necessidades. Grandes áreas na Faixa não são mais habitáveis. Milhares de casas foram fortemente danificadas ou destruídas pelos bombardeios israelenses, enquanto infraestruturas civis críticas, edifícios públicos, instituições culturais, locais de culto e patrimônio estão em ruínas.   A escassez de suprimentos e as hostilidades ativas impedem uma resposta humanitária eficaz. Alguns itens humanitários e equipamentos médicos necessários estão sendo impedidos de entrar por Israel”, prossegue.

O documento ressalta também que estamos diante de “chuvas fortes, clima frio e superlotação extrema em acampamentos e abrigos aumentaram significativamente a incidência de doenças. A distribuição do pouco auxílio que está entrando é significativamente prejudicada pela falta de acesso seguro dentro da Faixa”.

“Nenhum lugar em Gaza é seguro para os civis”. 

“Por conseguinte, apelamos a todas as partes para que cheguem a um cessar-fogo imediato e instamos Israel a permitir a entrada e a entrega sem restrições de ajuda humanitária e bens em Gaza e em toda a sua extensão, tal como foi orientado pelo Tribunal Internacional de Justiça. Apelamos à comunidade internacional para que respeite a sua obrigação legal de restaurar o respeito pelo Direito Internacional Humanitário e proteger os civis. A comunidade internacional deve assegurar que todos os responsáveis por graves violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos sejam responsabilizados. Estas medidas são vitais para garantir os direitos humanos e a segurança tanto para israelenses como para palestinos”, conclui o documento.

Fonte: Papiro