Foto: Governo do Rio

A Polícia Federal (PF) divulgou um relatório apontando que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), teria recebido cerca de R$ 426 mil em ‘pagamentos indevidos’ durante o período de 2017 a 2019, quando era vereador do Rio e vice-governador. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 18, pela Globonews.

A investigação da PF foi mencionada em uma decisão do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tratava da autorização de mandados de busca na residência de Vinícius Sarciá, irmão de criação de Castro. No documento são discriminados os valores indevidos que Castro teria recebido: R$ 326 mil e US$ 20 mil (aproximadamente R$ 100 mil).

“Há indícios suficientes da prática de crimes, cuja dinâmica envolve a atuação de Cláudio Castro como o agente político apoiando a atuação ilícita das pessoas jurídicas comandadas por Flávio Chadud e Marcus Vinícius Azevedo da Silva, na execução de contratos públicos”, escreveu o ministro do STJ.

De acordo com o ministro Raul Araújo, Castro ainda teria recebido pagamentos ilícitos em dinheiro, tanto em sua residência quanto em locais como o estacionamento de um shopping, na casa de um assessor e na sede de uma empresa com contratos com o governo do Estado.

O relatório da PF indica que o suborno foi depositado na conta bancária do atual governador.

A decisão do STJ revela as trocas de mensagens em que, de acordo com a polícia, Castro coordenava com dois empresários acusados de corrupção a entrega da proprina. O ministro Raul Araújo reproduziu alguns desses trechos na sua decisão. No Brasil, ele teria feito saques nos Estados Unidos durante uma viagem à Disney.

Em uma dessas situações, ocorrida em 2019, quando Castro já exercia o cargo de vice-governador, a decisão menciona o empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva. Ele foi preso em julho de 2019, acusado de envolvimento em um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII, órgão do governo responsável por projetos de assistência social.

Em conversa com um operador financeiro, Marcus Vinícius diz: “Preciso de R$ 80 mil pro fim do dia de amanhã”. O operador responde: “Tenho 80 no cofre, se você quiser consigo te entregar isso hoje ainda”.

Segundo o ministro informa na decisão, Marcus Vinícius marca um encontro com Cláudio Castro para o dia seguinte: “Assim que sair da vice-governadoria”, diz o empresário. Na noite seguinte, Castro avisa para Marcus: “Saindo do palácio agora”.

O STJ autorizou no mês passado a quebra do sigilo bancário, fiscal e de dados do governador Cláudio Castro. Vinícius Sarciá, irmão de criação do governador, foi alvo de busca e apreensão. No mês passado, o STJ autorizou a quebra do sigilo bancário, fiscal e de dados do governador Cláudio Castro. Além disso, Vinícius Sarciá, irmão de criação do governador, foi alvo de busca e apreensão.

Por meio de nota, Castro negou as acusações, que classificou como “infundadas, velhas e requentadas”.

“A defesa do governador Cláudio Castro informou que não teve acesso ao conteúdo da decisão do STJ, e reitera que a delação de Marcos Vinícius, réu confesso, é criminosa e já é objeto de nulidade junto aos tribunais superiores, em razão de sua absoluta inconsistência. Vale ressaltar que as informações não passam de acusações infundadas, velhas e requentadas, muitas delas já exaustivamente publicadas pela própria mídia”, diz a nota.

Fonte: Página 8