Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nesta terça-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da Cúpula Virtual Extraordinária do Brics. Na sua fala o presidente destacou o apelo pela paz no conflito entre Israel e Palestina e condenou, novamente, os ataques do Hamas em 7 de outubro, destacando que os atos que iniciaram a guerra não justificam o uso de força desproporcional contra os civis palestinos como se viu posteriormente. Além disso, pediu a liberação de todos os reféns imediatamente e falou sobre a necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU.

“Em várias ocasiões, reiteramos o chamado pela liberação imediata e incondicional de todos os reféns. No entanto, tais atos bárbaros não justificam o uso de força indiscriminada e desproporcional contra civis. Estamos diante de uma catástrofe humanitária. Os inocentes pagam o preço pela insanidade da guerra, sobretudo mulheres, crianças e idosos”, falou Lula.

Papel dos Brics

Ao Brics, grupo formando por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que a partir de 2024 terá 11 membros com a adesão de Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, Lula reforçou a contribuição que devem dar para a resolução do conflito.

“Devemos atuar para evitar que a guerra se alastre para os países vizinhos. É valiosa e imprescindível a contribuição do Brics, em sua nova configuração, junto a todos os atores em favor da autocontenção e da desescalada”, disse. 

Solução

Durante a reunião, o presidente brasileiro chamou atenção para assentamentos israelenses irregulares na Cisjordânia e colocou que a solução para o fim da guerra é o reconhecimento do Estado palestino com respeito às suas fronteiras e de um Estado de israelense com fronteiras seguras.

 “O reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível. Precisamos retomar com a maior brevidade possível o processo de paz entre Israel e a Palestina”, afirmou.

ONU

Lula lamentou as mortes ocasionadas pelo conflito que já vitimaram 12 mil pessoas, sendo 5 mil crianças, além de 29 mil feridos e 3.750 desaparecidos. A consternação se deve ao fato de que o Conselho de Segurança da ONU tenha aprovado uma resolução somente 40 dias após o início das agressões.

“O Brasil não poupou esforços em favor do tratamento da emergência humanitária, da contenção da atual escalada e da retomada de uma solução duradoura para o conflito. Propusemos uma Resolução que contou com apoio da maioria dos membros, mas que infelizmente foi objeto de veto de um dos membros permanentes. A paralisia do Conselho é mais uma demonstração da urgência da sua reforma”, apontou.

No entanto, focou que agora – com a resolução aprovada em 15 de novembro com foco na proteção infantil, proposta por Malta e que teve o apoio do Brasil – a trégua humanitária seja imediata e duradoura.

*Com informações Planalto e Agência Brasil