Segundo o Canal 13 de Israel, a manifestação em Tel Aviv reuniu 100 mil pessoas | Foto: Twitter

Mais de 100 mil pessoas saíram às ruas de Tel Aviv, pelo 35º sábado consecutivo, para protestar contra a reforma judicial que o primeiro-ministro Netanyahu tenta impor ao país e que submete o Judiciário ao ditame do governo de plantão.

Além de Tel Aviv, outras manifestações tiveram lugar nas principais cidades do país, incluindo Jerusalém, em frente à residência de Netanyahu.

“Para onde quer que olhemos, a loucura, o fanatismo, o extremismo messiânico… todos estes males doentios estão aumentando”, disse no meio da multidão a cientista Shikma Bressler, uma das lideranças do movimento de protesto contra o governo, neste sábado (2).

“A democracia israelense está à beira de virar uma ditadura. A rede de segurança da democracia são vocês e o protesto”, disse o ex-ministro da Justiça Avi Nissenkorn, que ocupou o cargo durante um dos mandatos de Netanyahu, em referência à reforma judicial que, segundo a oposição, ameaça a divisão de poderes e, sobretudo, representa um ataque ao Poder Judiciário.

No final do mês passado, foi baixada uma lei que retira o poder da Suprema Corte de apreciar demandas dos cidadãos sobre medidas ou leis consideradas injustas. Isso foi mais um passo do Executivo no sentido suprimir direitos e submeter a Justiça. Ou seja, na prática, retira a capacidade do Supremo Tribunal de rever leis e decisões governamentais. Sobre essa questão, o país aguarda uma audiência no dia 12 de setembro, na qual o Tribunal apreciará múltiplos recursos apresentados pela sociedade civil contra esse esbulho de Netanyahu.

Porém, embora o Knesset (Parlamento) esteja atualmente em recesso até meados de outubro, o governo anunciou que pretende avançar com o resto da “reforma.”

O movimento de protesto, que reúne grande parte das entidades e partidos de oposição, insiste em que a reforma judicial mina a democracia e tem realizado manifestações semanais desde que a iniciativa foi anunciada em janeiro.

Além desta causa, ao longo do tempo se incorporaram outras reivindicações, como os direitos das mulheres ou dos árabes, que representam 21% da população e enfrentam uma onda de assassinatos sem precedentes.

Fonte: Papiro