O 1º de Maio de 2023 terá um caráter celebratório para a classe trabalhadora, após a derrota de Jair Bolsonaro e a vitória do presidente Luis Inácio Lula da Silva. O evento do Dia do Trabalhador, em São Paulo, deverá ser palco de anúncios de importantes conquistas da luta sindical pelo próprio presidente Lula. 

Na noite desta quinta-feira (27), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, após reunião com o presidente e representantes de centrais sindicais anunciou que vai mandar ao Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) que retoma a política de valorização do salário mínimo, além de publicar Medida Provisória (MP), com o novo valor do piso nacional, de R$ 1.320, a partir deste Dia do Trabalhador.

Outra marca desta celebração da luta trabalhista é a unidade das centrais sindicais como CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB Intersindical, que organizam pelo quinto ano consecutivo as manifestações do 1º de Maio. 

Lula no Anhangabaú

O principal palco será no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, a partir das 10h, com a presença do presidente Lula, autoridades e atrações musicais, com expectativa de reunir até 45 mil trabalhadores e trabalhadoras. 

Entre as atrações confirmadas estão Leci Brandão, Zé Geraldo, Edi Rock, Dexter, Samanta Schmutz e Gêmeos da série Sintonia, DJ Cranmarry, Olú Obá De Min e MC Sofia. O ato político também será transmitido nas redes sociais e canais do Youtube das Centrais Sindicais e seus entes.

Por exigências dos órgãos de segurança pública, o acesso do público a área do evento será único (lateral da av. São João, em frente à Praça Pedro Lessa (Praça do Correio), terá pórticos com detectores de metais e revista em bolsas e mochilas. Toda área será cercada por tapumes, conforme exigência da administradora do Vale do Anhangabaú.

A entrada de ambulantes no espaço reservado ao público está proibida. Está proibida também a entrada de objetos cortantes, perfurantes, rígidos, fogos de artifício, latas, garrafas (inclusive plásticas). As bebidas vendidas nos quiosques da concessionária da área do evento serão servidas diretamente em copos (assim como é feito em estádios de futebol). Haverá dois pontos das centrais para distribuição de água potável.

O evento terá 400 seguranças privados, além do contingente policial destacado pelos órgãos públicos de segurança, 300 banheiros químicos e dois postos médicos (um próximo à lateral do palco e outro na confluência da São João com o Anhangabaú, em frente a Agência dos Correios)

Para quem irá de Metro – Estação São Bento – Linha 1 / Azul do metrô (saída para o Vale do Anhangabaú). O melhor para quem for de Metro é descer na estação que dá acesso à avenida São João.

Emprego, Direitos, Renda e Democracia

Neste ano o tema do 1º de Maio é “Emprego, Direitos, Renda e Democracia”. O ato das Centrais Sindicais terá como centro a luta pela revogação dos marcos regressivos das reformas trabalhista e previdenciária e mobilização em defesa do emprego, da renda, dos direitos e da democracia, conforme pauta aprovada na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat), realizada em 7 de abril de 2022. Confira a pauta de 15 pontos que será defendida neste 1o. de Maio, no final do texto.

Confira os locais onde haverá atos:

ALAGOAS

Maceió: 1º de maio às 8h no Pajuçara (antigo CRB)

BAHIA

Salvador: 1º de maio às 14h no Farol da Barra, a partir das 14h, com shows de Daniela Mercury e Olodum.

CEARÁ

Fortaleza: 1º de maio às 8h no cruzamento das avenidas Leste-Oste e Dr. Theberge.

DISTRITO FEDERAL

Brasília: 1º de maio às 10h na Feira Central de Ceilândia

ESPÍRITO SANTO

Vitória: 1º de maio na Praça José Luiz Gobbi, Portal do Príncipe, em frente a Rodoviária de Vitória às 8h

GOIÁS

Goiânia: 1º de maio às 15h na Praça do Trabalhador, Setor Central de Goiânia

MARANHAO 

São Luís: além da comemoração numa grande romaria, na Igreja da Penha, Anjo da Guarda, no 1º de Maio, haverá panfletagens nos dias que antecedem a comemoração.

28/04 às 16h na Praça Deodoro

29/04 às 7h nas feiras da Liberdade e João Paulo

30/04 às 7h, na feira do bairro de Fátima

MINAS GERAIS

Belo Horizonte (MG): 1º de maio Praça da Assembleia Legislativa – 9h.

PARÁ

Belém: o ato será antecipado para o dia 30 (domingo), na Praça da República, a partir das 9h. Terá ARRAIAL DO PAVULAGEM e Ação Belém Cidadã com emissão de documentos, vacinação humana e animal, portal do trabalhador e outros serviços e atividades, com apoio da Prefeitura de Belém.

PARAÍBA

João Pessoa: o tradicional 1° de maio, Dia Internacional da Trabalhadora e do Trabalhador, será comemorado este ano no domingo (30), com um ato político-cultural na praia de Cabo Branco, a partir das 15h.

A primeira atração será às 15h com Polyana Resende (samba), logo em seguida ocupam o palco a artista Lau Capim, com participação de Maroca e Naomi (MPB); completam a cena musical do Dia das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, Swing Nordestino (forró), Beto Tavares e banda (MPB) e, encerrando o dia, a banda de samba Conceito A.

PERNAMBUCO

Recife: 1º de maio às 10h, bairro do Pina, na altura do Edifício JCPM (João Carlos Paes Mendonça)

PIAUÍ

Teresina: 1º de maio às 8h na Praça da Integração (Parque Piauí)

RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro: 1º de maio no Parque Madureira (Rua Soares Caldeira, 142, logo atrás do shopping) às 9h.

A Secretaria Municipal de Trabalho e Renda da Prefeitura do Rio de Janeiro cadastrará trabalhadores em seu banco de emprego. A pasta abrirá inscrições para cursos de qualificação. Além disso, a prefeitura instalou um posto de vacinação no Parque Madureira. O INSS também estará presente no evento para fornecer orientações sobre direitos previdenciários. Os trabalhadores poderão se inscrever em programas sociais no local. 

Diversos eventos ocorrerão durante o dia. Uma missa ecumênica será celebrada às 11h, e, às 11h30, haverá a apresentação da banda da APAE. Dirigentes sindicais falarão aos trabalhadores às 15h. A festa será encerrada com um grande show às 17h. No palco se apresentarão Diogo Nogueira, Arlindinho Cruz, Pretinho da Serrinha e o grupo de samba feminino Moça Prosa.

RIO GRANDE DO NORTE

Natal: 1º de maio às 13h no bairro das Rocas, na rotatória da rua Pereira Simões (de frente à Esquina Prime)

RIO GRANDE DO SUL

Porto Alegre: 1º de maio Praça da Usina do Gasômetro – 14h

RORAIMA

Boa Vista: será realizado o Festival dos trabalhadores e das trabalhadoras 17h na sede do PT (Av. Bejamim Constant, 2552 – bairro São Vicente).

Na capital de Roraima também haverá panfletagens nos dias que antecedem a data.

29/04 – às 8:30h panfletagem na feira do Pintolândia (Rua Pedro Aldemar Bantim – Sílvio Botelho) – Concentração no posto de combustível Caxirimã e;

30/04 – às 8:30h panfletagem na feira da Ataíde Teive (Av. Ataíde Teive – Asa Branca) – Concentração no cruzamento das avenidas São Sebastião com Ataíde Teive

SANTA CATARINA

Florianópolis (SC): 01/05 às 14h no Largo da Alfândega;

No domingo (30/4) a festa será antecipada em duas cidades do estado de Santa Catarina. 
São Miguel do Oeste: 30/04 às 15h na Praça Walnir Bottaro Daniel e;
Caçador: 30/04 às 22h30 no Clube Sociedade Caçadorense de Bochas (Baile do Trabalhador).

SAO PAULO

São Paulo – 1º de maio às 10h, no Vale do Anhangabaú, centro

SERGIPE

Aracaju: 1º de maio às 8:30h na escola Vitória de Santa Maria (próximo ao Banese no bairro Santa Maria).

SAIBA QUAIS SAO AS 15 PAUTAS DA CLASSE TRABALHADORA EM 2023:

Valorização do salário mínimo

A Política de Valorização do Salário Mínimo tem impacto positivo direto no bolso do trabalhador, na economia do país, melhorando também o poder de compra dos aposentados e pensionistas da previdência social. Quando a população ganha mais, consome mais e a indústria e o campo produzem mais, gerando mais empregos.

Fim dos juros extorsivos

Juros altos só trazem dívida ao trabalhador. Quem gosta são os bancos. Com os juros mais baixos o endividamento das famílias diminui e com menos dívidas, o brasileiro consome mais e melhor, mais consumo gera mais produção e mais empregos.

Fortalecimento das negociações coletivas

Direito fundamental no trabalho, a negociação coletiva cria regras da relação entre trabalhadores e patrões. Sindicatos fortes resultam em acordos coletivos fortes.

Mais empregos e renda

Somente com emprego de qualidade, a renda do trabalhador melhora e o país cresce. Mais de 12 milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros não têm carteira assinada, 40 milhões estão na informalidade.

Direitos para todos

A luta das Centrais é por toda a classe trabalhadora, sindicalizada ou não. Trabalho decente e empregos de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras garantem uma sociedade mais igual e mais justa, democrática e soberana.

Convenção 156 OIT

Pela igualdade de oportunidades e tratamento para mulheres e homens trabalhadores que se desdobram entre trabalho e família. As mulheres sofrem mais com o desemprego que os homens porque acumulam mais jornadas, engravidam, cuidam dos filhos e são demitidas por isso. Isso tem de mudar.

Trabalho igual, salário igual

Mulheres ganham até 30% menos do que os homens na mesma função. Essa disparidade acontece mesmo quando trabalhadoras e trabalhadores têm a mesma escolaridade, mesma idade e mesma cargo.

Aposentadoria digna

As Centrais Sindicais propõem série de medidas para melhorar a qualidade do atendimento a aposentados e pensionistas da Previdência Social.

Valorização do servidor e da servidora público

A servidora e o servidor público estão na linha de frente de serviços indispensáveis ao povo brasileiro. O que teria sido do Brasil na pandemia sem os serviços públicos. O trágico número de 700 mil mortes, a maior parte causada pelo negacionismo e incompetência do governo derrotado, teria sido ainda maior.

Regulamentação do trabalho por aplicativos

Trabalhadores e trabalhadoras por aplicativos não têm nenhum direito trabalhista nem previdenciário. Vamos mudar isso. A luta das Centrais Sindicais conquistou espaço de diálogo e negociação entre trabalhadores(as), empresas e governo, para regular as relações de trabalho nas empresas que oferecem serviços de entrega e condução por aplicativos.

Em defesa das empresas públicas

Governos passados venderam empresas públicas e o povo pagou a conta. Toda vez que o Brasil cresceu foi impulsionado pelas empresas públicas e estatais. Por isso, as Centrais Sindicais são contra as privatizações, que o governo passado fez, vendendo o patrimônio público a troco de banana.

Revogação dos marcos regressivos da legislação trabalhista

A reforma trabalhista de 2017 levou ao aumento da precarização, do bico, do desemprego. Só foi boa para patrão. Essa reforma causou um retrocesso, com mais informalidade, desemprego, precarização e terceirização do trabalhador e da trabalhadora e, portanto, menos direitos.

Fortalecimento da democracia

Derrotamos quem ameaçava nossa democracia, agora é fortalecer assa luta. O golpe de 2016, que tirou uma presidenta legítima, seguido da eleição de um governo de ultradireita colocaram a democracia brasileira em risco. Começamos a mudar essa história com a vitória de 2022.

Revogação do “novo” ensino médio

Porque desqualifica e prejudica os alunos, esvazia e rebaixa a qualidade de ensino. A unidade entre estudantes, professores, pais e mães e trabalhadores e trabalhadoras dos vários segmentos da sociedade é essencial para derrotar essa proposta que cria uma escola sem conteúdo com prejuízos aos alunos.

Desenvolvimento sustentável com geração de empregos de qualidade

Crescer e gerar empregos, sempre respeitando o Planeta porque uma hora a conta chega. O desenvolvimento produtivo do país tem que acontecer com o fortalecimento da indústria nacional e da agricultura de forma sustentável.

(por Cezar Xavier)