Os partidos que compõem o Centrão, hoje aliados à gestão Jair Bolsonaro PL), já fizeram acenos a interlocutores de Luiz Inácio da Silva (PT), que foi eleito presidente no último domingo (30). Para aderir à base de sustentação do futuro governo, o Centrão quer o apoio de Lula à reeleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara Federal.

Desde a apuração de votos no segundo turno, parlamentares e legendas do Centrão começaram a abandonar Bolsonaro. A aliados, o próprio presidente reclamou da rapidez com que Lira reconheceu a vitória de Lula e respaldou o sistema eleitoral. “A vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada”, afirmou o deputado.

Conforme reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta quarta-feira (2), o interesse na parceria é recíproco: “Integrantes do Centrão e de outros partidos de centro e direita ouvidos pela Folha avaliaram que uma aliança seria benéfica tanto para Lula como para Lira, o que isolaria o bolsonarismo radical no Congresso a partir de 2023”.

Na legislatura 2023-2027, a base inicial de Lula é de cerca de 120 deputados. Já os partidos do Centrão, como PL, PP e Republicanos, somarão 200 parlamentares, sendo apenas cerca de 50 efetivamente bolsonaristas. “Nossa posição é de independência. Acabou a eleição, agora é o Brasil”, conclui Vinícius Carvalho (SP), líder da bancada do Republicanos na Câmara.

Da parte do PT, também há diálogo com partidos como o PSD de Gilberto Kassab, e o MDB, de Simone Tebet. Lula também quer nomear algum nome do PSDB para seu ministério. Um dos nomes mais cotados é o do senador Tasso Jereissati (CE).