George Galloway em seu programa de rádio da rede Sputnik (BBC)

O descontentamento dos cidadãos europeus em relação aos seus governos ante a crise energética se tornará “a última gota” que quebrará a espinha dorsal da Europa, afirmou o ex-parlamentar britânico e presidente do Partido Britânico dos Trabalhadores, George Galloway, em entrevista para o jornal chinês Global Times.

“A escassez de energia é a gota d’água que quebrou as costas do camelo”. “As sanções que introduzimos acabaram sendo aquela proverbial pedra gigante que lutamos para levantar apenas para cair sobre nossos próprios pés”, afirmou.

CLIMA DE PROTESTO

Segundo o político britânico, o clima de protesto já atingiu vários países da Europa, recentemente a República Tcheca, a Alemanha e a França onde aconteceram grandes manifestações contra a política de sanções que favorece a inflação, o recesso em vários setores da economia da região. Nesse contexto, ele também chamou de “nada invejável” o estado em que se encontra o governo britânico.

“Mas acho que, de todos os grandes países da União Europeia, a Alemanha será o primeiro e o mais importante do dominó a cair. E será uma peça muito grande”, concluiu o político.

Os países ocidentais, incluindo o Reino Unido, têm enfrentado um aumento dos preços da energia e uma inflação alta por terem imposto sanções contra Moscou e decidido abdicar dos combustíveis russos. Devido ao aumento do preço do petróleo e gás, as indústrias ocidentais perderam em muitos aspectos as suas vantagens competitivas, enquanto outras esferas econômicas também acabaram afetadas.

George Galloway é um político, escritor e radialista inglês que foi expulso do Partido Trabalhista do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, hoje liderado por Keir Starmer, por causa de suas veementes críticas à participação da Grã Bretanha na guerra no Iraque.

Atualmente, ele apresenta os programas Mãe de Todos os Gatos na Rádio Sputnik e na RT do Reino Unido. É líder do Partido dos Trabalhadores Britânicos, que ele formou em 2019 em resposta à derrota de Jeremy Corbyn nas eleições gerais daquele ano e trabalha como principal porta-voz do All for Unity, uma organização baseada na Escócia que ele assessora em seu apoio ao sindicalismo britânico.

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