Renan Calheiros, Arthur Lira e Collor. Fotos: Fabio Rodrigues Pozzebom -Marcelo Camargo/Agência Brasil

As eleições para o governo de Alagoas têm um quadro político com sete candidaturas e um cenário complexo em que políticos de longa data como o senador Renan Calheiros (MDB) e o atual presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP) disputam quem é mais forte. Para completar, o ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor (PTB) tenta ocupar novamente o cargo de governador do estado se utilizando do bolsonarismo.

Efetivamente os postulantes ao Palácio República dos Palmares são: o atual governador Paulo Dantas (MDB), os senadores Rodrigo Cunha (União Brasil) e Collor, o ex-deputado Rui Palmeira (PSD), o professor universitário Cícero Albuquerque (PSOL), o comerciante Luciano Almeida (PRTB) e o bombeiro Luciano Fontes (PMB).

Governo

O governador Paulo Dantas assumiu o posto em maio de 2022 para um mandato-tampão até o final do ano. Eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa do estado, Dantas exercia o cargo de deputado estadual.

A situação ocorre após o então governador Renan Filho (MDB) renunciar ao cargo em cumprimento à legislação eleitoral para concorrer ao senado. O vice-governador Luciano Barbosa já havia saído, pois se tornou prefeito de Arapiraca em 2021.

Leia tambémGrupo ligado a Lula derrota bolsonaristas em Alagoas

A eleição de Dantas teve o suporte de Renan Calheiros e Renan Filho. A chapa atual tem Ronaldo Lessa (PDT) como candidato a vice-governador e conta com o ex-presidente Lula (PT) como principal apoiador. Em todo o Nordeste, região em que Lula tem grande base eleitoral, somente em Alagoas o PT não tem candidatos do partido em algum dos três postos da chapa majoritária.

Apoio ou não de Bolsonaro?

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), líder do centrão e próximo de Jair Bolsonaro (PL), não conseguiu fazer com que o seu candidato em Alagoas, o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), aceitasse o apoio do presidente. O motivo por qual Cunha não faz coro à reeleição de Bolsonaro envolve a morte de sua mãe, Ceci Cunha.

Em 1998, Ceci foi assassinada no dia em que era diplomada para o seu segundo mandato como deputada federal. Na chamada “Chacina da Gruta”, morreram também o pai do senador, Juvenal Cunha da Silva e mais dois familiares. O mandante do crime foi o ex-deputado federal Talvane Albuquerque que havia conseguido a suplência nas eleições. Com a morte de Ceci, o criminoso chegou a assumir o cargo, mas foi posteriormente cassado e condenado pelos assassinatos.

O deputado federal Jair Bolsonaro votou contra a cassação de Talvane e foi o único a discursar em sua defesa. Isso aconteceu mesmo após a confissão do pistoleiro chamado Chapéu de Couro. Em outras oportunidades o atual presidente também desdenhou do crime.

Recentemente o caso foi relembrado no debate da Bandeirantes entre os candidatos à presidência. A candidata do MDB, Simone Tebet, mencionou que Bolsonaro “como deputado defendeu um assassinado de uma mulher”. A menção fez com que um vídeo sobre o caso que já circulava na internet ganhasse repercussão.

Enquanto Cunha não quer Bolsonaro, o senador Collor quer a sua imagem cada vez mais junta a do presidente. Collor marca presença em atos, ‘motociatas’ e realiza postagens nas redes sociais com Bolsonaro. O PL de Jair faz parte da base aliada de Collor e indicou o candidato a vice na chapa, o vereador Leonardo Dias (PL).