Foto: Arquivo Agência Brasil

Com a inflação dos alimentos em disparada, o consumo de frutas, legumes e verduras no Brasil voltou a patamares que ficam muito aquém do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como apontam informações coletadas pela Associação Internacional de Produtos Frescos (IFPA, na sigla em inglês), o consumo per capita de frutas, legumes e verduras voltou a girar em torno de 192 gramas por dia em 2022, menos da metade dos 400 gramas recomendada para uma alimentação plena e saudável.

Embora o Brasil seja o terceiro maior produtor de frutas, legumes e verduras do mundo, com 2,5 milhões de hectares cultivados, a população é impedida de consumir com os preços proibitivos. Com a inflação dos alimentos em disparada, o consumo de frutas, legumes e verduras no Brasil voltou a patamares que ficam muito aquém do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A inflação avança sobre o preço dos alimentos sem trégua e sem política de controle por parte do governo. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), na prévia da inflação de agosto, houve aumento sobre os preços para alimentação no domicílio de 1,24% este mês, acumulando alta de 17,37%, em 12 meses.

Considerando os alimentos frescos, contudo, os preços subiram muita acima da inflação – algumas frutas, por exemplo, tiveram aumento de de mais de 80%. De um ano para cá, o mamão ficou absurdamente 85,02% mais caro. A cebola acumula alta de 79,98%; a melancia, de 71,19%; o melão ficou 63,32% mais caro, para citar alguns exemplos. Ainda registrado no IPCA-15, temos os aumentos da tangerina (48,89%), morango (44,2%), manga (39,4%), batata Inglesa (38,98%) e da banana prata (37,06%).

A carestia é cruel para as famílias de mais baixa renda, que ainda enfrentam o desemprego elevado, o trabalho precário e a renda arrochada. Com os preços dos alimentos, do gás de cozinha, da energia elétrica, corroendo o orçamento das famílias. Não à toa, sob Bolsonaro a fome explodiu no país. Dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN) apontam que 33 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil, eram cerca de 10 milhões em 2018. Outras 125 milhões vivem em situação de insegurança alimentar, ou seja, sem ter ou saber se terão o que comer na próxima refeição.

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