Um resumo não revisado pelos expositores do Encontro Nacional de Estruturação Partidária

 

Conferência de abertura: 

O novo ciclo político no Brasil e o papel do PCdoB

Luciana Santos 

 

Caracterização do cenário internacional

  • Cenário de crise do capitalismo, que já alcança uma década sem saídas propostas. Surge uma linha liberal de defesa do estado do bem estar social e de outro lado um pensamento ultraliberal e autoritário na política. Este ultraliberalismo não tem como se estabelecer numa nação se não for pelo autoritarismo, fenômeno que vem acontecendo em diferentes países do mundo.
  • Outro pilar são as disputas geopolíticas no âmbito de uma ordem mundial multipolar. China que se consolida.
  • Transformações no processo de produção e novas tecnologias, com a revolução 4.0, que muda o processo de produção e consequentemente as relações sociais de produção, o que se necessita ser analisado com mais profundidade.
  • Aumento da concentração de riquezas nas mãos de poucos, o que é uma das características do capitalismo. Atualmente, as 26 pessoas mais ricas do mundo detém as mesmas riquezas de 50% da população mundial.  
  • Vai havendo uma restrita parcela de pessoas que se beneficia do financeirização, uma outra pequena parcela de trabalhadores qualificados, e uma imensa massa de despossuídos, que não terão lugar no mundo da produção e que começam a ter um caminho de precarização crescente.
  • O capitalismo financeirizado aprofundou as desigualdades gerando uma massa de excluídos, além de empobrecimento das camadas médias. Há forte precarização do trabalho, perda da perspectiva e são nessas condições que surgem as idéias ultraliberais. É desta forma que surge a visão do imigrante como concorrente. 

 

Caracterização do cenário nacional

  • O Bolsonarismo é fenômeno que precisa ser melhor compreendido. Há fatores objetivos e subjetivos que precisam ser analisados. As condições objetivas eram de crise, com elevado desemprego durante o processo eleitoral.
  • Governo chega a 6 meses marcado por tensão e instabilidade. Caracteriza-se por ser conservador nos costumes, autoritário na política e ultraliberal na economia. É marcado pela capitulação diante dos EUA, inclusive fazendo opção dentro da guerra comercial EUA-China, com uma postura subserviente diante dos interesses dos EUA. Enquanto isso, a China é nosso principal parceiro comercial, com as commodities como base.
  • Na política, Bolsonaro encarna o que encarnou na campanha sendo uma expressão anti-sistema e persegue isso para se consolidar em sua base mais radical. É um governo que age de maneira pensada utilizando como método o confronto, o caos, se dirigindo para uma base social radical. 
  • As manifestações de 26 de junho (bolsonaristas) expõem a polarização como método de governabilidade. o método de criar inimigos por todo o lado e criar crises a todo momento. Depois de encontros e desencontros entre os principais núcleos do governo (o clã, os militares, a toga, a banca) começamos a ver algumas flexões nestes núcleos hoje. O núcleo do Clã, após aprofundar a crise política por sua agressividade, se consolida como o núcleo que não aceita ser tutelado por ninguém nesta queda de braço com o núcleo da farda. Bolsonaro faz isso porque as manifestações das ruas são suficientes para demonstrar alguma força para afirmar o Clã na condução do governo.
  • O núcleo militar fica lá, constrangido, mas sem alternativas. Destes núcleos do governo, o que se desenha é o alinhamento a Lava-jato, com uma aliança mais forte. Não há ainda um processo unificador de todos estes núcleos do governo, embora aliados. Onde reside a base objetiva de se estabelecer uma resistência é o fato destes núcleos não terem um projeto unificado de governo.
  • Nosso desafio é fazer a disputa política. A base objetiva do desgaste é a economia, pois o governo não tem nenhuma medida contra-cíclica para conter a crise, o desemprego já aumentou em  mais de 1 milhão, com um total superior a 13 milhões de desempregados.
  • Com apenas 6 meses de governo, Bolsonaro já fala em reeleição. Persegue manter sua base radicalizada e com o fantasma do antipetismo. Com um discurso ofensivo contra os poderes, abusa do prestígio da lava-jato e busca manter sua governabilidade com isso.

 

Elementos da conjuntura que devemos analisar

  • Vaza-jato, que vai alvejando e desmascarando a Operação Lava-jato, onde nosso desafio é evitar o fla-flu. Infelizmente, para a grande maioria da população, os fins justificam os meios, o que é a leitura do senso comum. Moro caiu em credibilidade mas ainda é mais forte do que o Bolsonaro. O episódio da vaza-jato não pode servir a dois pólos que se antagonizam, sob o risco de manutenção da polarização. Isso não tem a capacidade de levar a esquerda ao poder. O que os comunistas devem caracterizar é que o Moro estava a serviço de um projeto político.
  • Doria vai de alguma forma se distanciando do governo. Luciano Huck e o próprio presidente da Câmara que se colocam como alternativas. A situação econômica degradada pode dificultar a manutenção do apoio deste centro a Bolsonaro.
  • No nosso campo, ou ampliamos numa frente ampla, ou não seremos alternativa. Os comunistas devem fazer a resistência com sagacidade e amplitude, com a defesa da retomada do crescimento e em defesa da democracia e da questão nacional. 
  • Na eleição da mesa da  Câmara, acertamos em nossa conduta tática, construída a partir desta política ampla. Foi esta articulação que vem permitindo derrotar as barbaridades e os instrumentos do pacote anti-crime, que visavam legalizar as arbitrariedades da lava-jato. A conquista de importantes espaços como a Liderança da Minoria, vices de comissões, a presidência da Comissão do Trabalho se devem a nossa capacidade de fazer alianças, que nos permitam sair desta radicalização político-ideológica.
  • Os comunistas têm desempenhado importante papel. Tome-se como exemplo o papel do Flávio Dino no Fórum dos Governadores do Nordeste, a Carta dos Governadores contra a Reforma. O  Papel da Manuela no lançamento de seu livro, percorrendo o país. Temos um partido de apenas 9 deputados mas que tem tido um papel político influente pela sua amplitude.
  • A situação econômica, os vazamentos e as crises tendem a demonstrar que a vida do governo não será fácil e temos que apostar também nas mobilizações nas ruas. Não será uma batalha rápida. Será de médio a longo prazo. 

 

Como organizar o Partido?

  • Desafio permanente, que é secular mas também contemporâneo, é precisamos nos adequar as condições de nosso tempo. É preciso uma análise mais aprofundada deste reflexo psicológico em função das novas tecnologias, com a redução das distâncias e o fenômeno das fake news. 
  • Buscar como se autofinanciar o partido. Não há receita, mas temos que criar as condições, seja por fazer campanhas e projetos específicos. Quando tem clareza para o que vai servir aquela campanha.
  • Comunicação é decisiva para a luta de idéias. Como desenvolver a atuação do PCdoB nas redes sociais? Alguns de nossos camaradas compreenderam esta ferramenta e precisamos traduzir isso não só nas lideranças políticas mas também na estrutura partidária. Tem um modus operandi que devemos dominar e temos feito esforços nesta direção.
  • Precisamos fazer a luta política de resistência nas três linhas de acumulação de forcas. Projeto de 2020, onde temos que ter chapas próprias. O núcleo central de nossa tática: resistência, amplitude e sagacidade.

 

Mesa 01 – Desafios da Ação Política e da Estruturação Partidária diante da construção do Projeto Eleitoral 2020 / 2022

 

Walter Sorrentino

  • Governo Bolsonaro tem iniciativa, continua forte, trocou ministros, subjugou o Moro. O paradoxo é que cada passo que Bolso dá ele arruma mais inimigos. É um governo do confronto, da polarização social, mas vem perdendo os apoio do segundo turno, estes setores vem se desidratando. 
  • Sociedade não vem respaldando o autoritarismo. Governo que se rege num presidencialismo de coalizão, o congresso vai se tornando um pólo. Um fator novo é um congresso que se fortalece, se transforma num pólo, cujo centro é o Davi Alcolumbre e o Maia.
  • Surgiu no vazio político a lava jato. Pois a vaza-jato é uma oportunidade numa luta prolongada, que vai demonstrando o abuso de autoridade mas é um embate muito mais amplo que não pode se dar num embate lula X Moro. Essa desfuncionalidade vai criando incômodo inclusive em setores empresariais, pois vai se criando um clima de insegurança política.
  • A correta tática de oposição tem  dois trilhos: 1) retomar a confiança social e falar de unidade de centro-esquerda. 2) outro trilho é a rede democrática. Houve reunião de ex-ministros, frente de governadores, turma de ex-tucanos, ou seja,  está nascendo uma coisa nova, de sentido democrático, dessas numerosas frentes que em algum momento vão se encontrar.
  • Programa da frente democrática deveria ser o mais raso possível: isolar o radicalismo do governo Bolsonaro. Como fazer isso? É errado aprisionar o debate na polarização bolsonarismo X lulismo.
  • Eleições de 2020 representam uma grande reação do eleitorado as condições objetivas do país. Apesar de completamente imprevisível, elas ocorrerão num contexto onde por força da cláusula de barreira, a eleição de 2020 se torna preparação para 2022. Há uma discussão sobre a possibilidade de se construir uma federação de partidos, o que não está descartado, mas a princípio a partir de 2022.
  • A política de alianças para 2020 são muito variadas inclusive ao centro. Em algum momento o PCdoB deve analisar, não se pode excluir a hipótese de uma nacionalização das eleições de 2020. 

 

Nádia Campeão

  • Primeiro balanço é uma indicação inicial positiva: já conseguimos avançar três questões que estão mais ou menos consensuais:
  1. a ligação da 2020 como preparação de 2022.
  2. incluir o tema das eleições na agenda política e na pauta partidária como assunto de todos. 
  3. Início antecipado da construção do projeto eleitoral. Antes havia um engajamento do partido somente no início do ano

 

  • Pelo menos 14 estados já estão em fase mais avançada da construção do projeto eleitoral. Estes 14 Estados já enviaram por escrito seus projetos eleitorais por escrito ao GTE. Muitos Estados já realizaram seminários de projeto eleitoral,  já possuem GTE estadual e já definiram pré-candidaturas. 
  • Agora tem que terminar esta fase dos pré-projetos e preparar as conferências do segundo semestre. Na reunião de agosto do CC, consolida o primeiro momento e vai para a execução das conferências.
  • Principais pontos para o debate:
  1. é preciso alargar a base eleitoral do PCdoB, que significa ter mais votos nacionalmente. Devemos aumentar número de candidatos a vereador e a prefeito, tendo como centro crescer nas capitais e cidade grande e médias elegendo prefeitos e vereadores. Apenas BA e MA foi alcançado o quociente eleitoral para eleição. Apenas 5 Estados já ultrapassaram os 2% da votação. Em SP e MG o quociente eleitoral é inferior aos 2% e por isso nossa idéia inicial é mirar os 2% já nas eleições de 2020. 
  2. Eleger vereadores e prefeitos nas capitais e grandes cidades. Precisamos desta base de vereadores bem consolidado nas eleições dos demais municípios grandes e médios estratégicos, com destaque para recuperar terreno no Sul e Sudeste.
  3. Reeleger os atuais prefeitos e vereadores, fixando compromissos para eleger em 2022. E tem uma questão que é fixar compromissos para 2022. Tivemos no passado vereadores e prefeitos que não apoiaram nossos candidatos para 2022 e isso foi grande prejuízo. Em perspectiva, todo vereador eleito é pré-candidato a deputado em 2022.
  4.  Expansão como identidade de legenda. Apresentar pré candidaturas a prefeito, fortalecer a legenda do PCdoB, projetando novas lideranças e também lideranças consolidadas. Por isso é fundamental apresentar as pré-candidaturas a prefeito em todas as cidades em que haja condições para isso, onde não há regra, mas tem que construir levando em conta a situação da cidade.
  5. Problema novo que é a exigência de chapa própria de vereadores. É difícil compor chapas. Em 2016, 90% das cidades onde lançamos candidaturas foi em coligação. A construção de chapas próprias não é uma experiência consolidada no PCdoB. Por isso é fundamental o partido ajudar os municípios,  mantendo perspectivas. apresentar candidaturas das diversas frentes de atuação partidária, filiar novas lideranças, estimular e preparar as candidaturas de mulheres com vistas a superar o percentual de 30 por cento e permitir que todos as candidaturas possam se expandir e construir competitividade. A pessoa não pode entrar no processo eleitoral e sair frustrada. É preciso pensar como parte de uma continuidade. Virar a página de que mandatos já consolidados são patrimônio do parlamentar, mas sim olhar para a construção mais coletivo. É tão importante que onde formos apoiar uma candidatura a prefeito aliado, construir para que o aliado nos ajude a construir uma chapa de vereadores.
  6. Papel decisivo dos comitês municipais. Os CEs têm grande papel, mas quem executa são os CMs. Por isso, tem que ter atenção e cuidado com os CM pois eles tem que regularizar o partido e também examinar as condições das pré-candidaturas a prefeito. Desde agora já ir mobilizando nossas bases para os projeto eleitoral. isso tem um papel decisivo dos comitês municipais.
  • Como fazemos para ter mais votos? O que resolve é ter base, ter força no povo, estar com as bandeiras certas. É preciso renovar a linha de massas partidária. Esta perda de votos e de bases que viemos tendo esta relacionada aos novos fenômenos que alcançaram o povo e nos atingiram, como aumento da força do neopentecostalismo, novos movimentos que surgiram e nós não percebemos, perda de bases sociais, parlamentares que diminuíram papel na base, falta de respostas ao PCdoB sobre questões candentes o povo. É necessário ter mais contato com a base.

 

Márcio Cabrera

  • Encarar o desafio das eleições de 2020. Para isolar o bolsonarismo é necessário construir uma frente o mais ampla possível. é determinante que consigamos não permitir a polarização bolsonarismo X lulismo. Temos que ter habilidade o suficiente para a construção de uma frente mais ampla. 
  • Existe o campo do bolsonarismo e o partido novo, e em seu  entorno Doria, Maia e outros. De outro lado o petismo, o PSOL. Neste campo existe ainda o Ciro Gomes, buscando se afirmar como uma terceira via.
  • Vamos iniciar uma perspectiva. Frente ampla em 2020. O processo de conferências é parte integrante da tática eleitoral do PCdoB. Essa questão se dá pelo CM e depois chanceladas pelos CE. Estas conferências irão finalizar o processo de integração do PPL ao PCdoB. Também necessitamos ampliar mais ainda. 
  • Há quem ache que a falência do bolsonarismo vai colocar nas mãos da esquerda Isso é exagerado. Temos que nos preparar para a construção das chapas próprias e não vai significar pouco reeleger nosso vereador em MG, por exemplo. Temos que trabalhar a melhoria do nosso desempenho particularmente nos estados MG, SP e RJ, bem como nos Estados do Sul.
  • Política de alianças deve ser uma política de mão dupla, que dë apoio mútuo. Devemos batalhar acordos que nos permitam alcançar a cláusula e eleger vereadores e prefeitos.

 

Márcio Jerry

Informe Maranhão

  • 2022 será a grande batalha. Batalha decisiva não só porque trata da superação da cláusula de barreira mas tem uma carga simbólica por ser ano de nosso centenário. Em 2016 elegemos 46 prefeitos, temos uma meta de continuar ser o maior partido do MA mas agregando mais qualidade e compromisso dos camaradas que irão disputar as eleições de 2020. nesta nova realidade, queremos ter uma vitória muito expressiva. 

 

 

Mesa 02 – Desafios da Ação Política e da Estruturação Partidária diante da dimensão da Comunicação nas redes sociais e na internet em geral.

 

Renata Mieli

  • O partido tem procurado dar centralidade às discussões de comunicação, discutindo o impacto das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) na estrutura partidária e também na sociedade. O PCdoB foi o primeiro partido a defender em seu programa democratização dos meios de comunicação como uma das reformas estruturantes para o projeto nacional de desenvolvimento.
  • A internet de 2008 não é mais a mesma de hoje e em 2022 a internet não será mais mesma da atual, principalmente se já tiver a 5g e a internet das coisas. Debater este tema da internet é fundamental e precisamos compreender não apenas na dimensão da comunicação, pois a internet é um um novo instrumento de acumulação de capital, que vem transformando as relações sociais de uma forma muito profunda. 
  • Temos que olhar de uma perspectiva crítica e compreender como lidar com esta ferramenta. É necessário disputar a internet, disputar os espaços nas plataformas, na luta de idéias. Estes mecanismos facilitam a comunicação e otimizam os recursos de tempo, de recursos, ajudam na tomada de decisões. Não devemos temer o uso destas tecnologias. mas temos que ter um conhecimento mínimo destas ferramentas. Devemos compreender que a internet não é neutra e saber os limites de como usar essas tecnologias.

Adalberto Monteiro

  • Temos que fazer uma comunicação que expresse nossa oposição ao governo, mas temos que ter em mente que é um governo autoritário. Veja o caso do intercept onde há toda uma perseguição do governo. Devemos fazer um jornalismo corajoso sem ser uma presa fácil para o autoritarismo deles. Quando sublinhamos isso, não é que vamos amainar, mas temos que ter sagacidade.
  • A concepção da comunicação que tem como tarefa unificar as idéias do partido. A comunicação tem papel de ser organizador coletivo. Veja a nossa história: logo após a fundação do partido surge a classe operária; no pós-guerra surge uma rede de jornais diários; Após a anistia tivemos a tribuna operária; também a partir de 82 a revista princípios e em 2002 o PCdoB inaugurou o Portal Vermelho. Neste quadro também está o Hora do Povo.
  • Se somos pioneiros e visionários, como no caso do Vermelho em 2002, no decorrer dos anos não conseguimos acompanhar as novas exigências no universo da comunicação computacional. A internet é o vetor da quarta revolução técnico-científica, que vem criando mudanças na dinâmica de acumulação do capital e vem tendo alterações muito rápidas. Quando despontam as redes sociais, em 2006, a esquerda começou a se atrasar e o PCdoB também, que fora pioneiro com o vermelho,
  • Dados de acesso demonstram que a população vai utilizando mais a internet. As pessoas acessam ao menos 30 vezes ao dia a internet pelo celular e usam os mecanismos de comunicação direta, como o whatsapp. As pessoas compreendem a internet como whatsapp e facebook. 
  • Há uma ruptura numa etapa do capitalismo e surgem novas paradigmas. No mercado bibliográfico vai surgindo uma literatura campos vinculados à ciência tentando estudar este tema. Também os comunistas devem estudar as tendências e consequências da revolução na comunicação. 
  • A internet é também espaço para a luta de classes. Também no âmbito da internet as ideias dominantes são as ideias da classe dominante. Apenas três empresas controlam a internet, (Face, Google e twitter). Quando falamos que há um movimento disruptivo é que a comunicação com a Inteligência Artificial tem acesso aos dados dos indivíduos, aos padrões de personalidade e às preferências de consumo. Os algoritmos conhecem nossos hábitos. Se rompeu com a privacidade e os dados dos consumidores são considerados o petróleo do século XXI. Há duas internets, uma visível ao usuário, para publicar momentos felizes e tristes de nossas vidas e outra dirigida por tropas cibernéticas. Cada um dos atores sociais investem muitos valores na internet.
  • Atualmente, a internet é o principal espaço de comunicação do PCdoB. Dizer isso não quer dizer que vamos abandonar outros veículos de comunicação. Isso não significa que a mídia tradicional de TV e rádio não tem importância. claro que continua tendo importância, mas qual é o espaço que podemos ter um acesso controlado por nós? acabou o programa eleitoral gratuito, por exemplo.
  • Nosso desafio é conseguir engajamento na internet com uma informação que desperte o ativismo. Que tipo de linguagem e mensagem terá força para viralizar, para gerar engajamento? É a batalha das ruas e a batalha das redes. Temos que fazer também uma militância digital. Bolsonaro tem um exército de robôs, mas também ao longo do tempo constituiu uma rede orgânica, que tem capacidade de fazer circular as mensagens.
  • Vivemos no tempo da internet que são milhares de assuntos, onde as pessoas são bombardeadas por milhares de notícias. A luta de ideias precisa ter foco e este foco é a tática do partido. Nossa comunicação se rege pela necessidade de levar nossa mensagem para milhões mas ao mesmo tempo temos que falar para nossa militância.
  • O primado da comunicação do PCdoB é a verdade, a partir da informação mais precisa do fato, de opiniões e interpretações que desvendam a essência dos acontecimentos. Devemos que colocar mais instantaneidade na distribuição de nosso conteúdo enquanto o fenômeno ainda estiver acontecendo. É necessário ainda produzir mais e melhores conteúdos com agilidade, alcance, com mais e melhores resultados.
  • Para nosso partido, a imagem e a identidade são questão-chave. Identidade é a trajetória de nossa corrente revolucionária, nossa história, nossa teoria marxista, nossas lideranças que difundem nossa política para o grande público. nossas lideranças que são o rosto do PCdoB. Nossa identidade é, ainda,  o nosso programa com o projeto nacional de desenvolvimento como caminho brasileiro para o socialismo.
  • A imagem não é aquilo que pensamos de nós mas como o povo nos enxerga. É fruto de nossas ações e da qualidade com que expressamos nossa ideias, mas também é reflexo do que nossos adversários e até aliados falam de nós (que não temos controle). Nossa missão é aproximar nossa imagem de nossa identidade, o que abarca conteúdo e forma e diferentes dimensões.
  • O ponto forte de nossa comunicação é disseminar a política do partido. Nossa comunicação tem um passivo a se destacar: O déficit é que o PCdoB não enxerga a si mesmo, o PCdoB não se vê, não vê os nossos êxitos, que ficam encapsulados nos municípios e o restante da militância não vê. Um coletivo tem que se orgulhar daquilo que seu partido faz pelo país afora, mas não conseguimos divulgar o que fazemos de bom.
  • A Comunicação do PCdoB é instrumento: 1) da unidade de ação do partido; 2) do trabalho de sua estruturação e construção; 3) dos projetos eleitorais de 2020-2022. 
  • É necessário constituir um Sistema Nacional de Comunicação. Temos muitos instrumentos de comunicação mas isso ainda não tem sinergia. Com o Sistema Nacional de Comunicação, haverá sinergia entre nossas redes.  Teremos o Vermelho e o pcdob.org no centro, e somado a isso a classe, o PCdoB digital, PCdoB na Câmara, revista princípios, Editora Anita, Portal Grabois e outros.
  • Só haverá o sistema nacional de comunicação se constituirmos o sistema estadual de comunicação. Precisamos dinamizar a página do PCdoB. precisa ter força a página do PCdoB65, embora vamos continuar fortalecendo o vermelho. Vamos dinamizar a partir do multisite, e 10 estados já estão operando este multi site com login e senha. Aí é que entra o projeto que foi idealizado que é o multisite do PCdoB nos Estados. Nesta página é que vai disseminar a ação política do partido. Mas o multisite tem que ser alimentado. Os militantes irão alimentar o site estadual, que alimentará a rede.  Alguns Estados já começaram a produzir conteúdo. 
  • Além do multisite, haverá as parceiras, com Barão, CTB, UJS, UNEGRO, Cebrapaz e outras do nosso espectro de ação política.

 

Altamiro Borges

  • O partido é um dos que vem debatendo a mais tempo a questão da mídia. foi o primeiro a se manifestar pela democratização dos meios de comunicação, colocando isso como uma reforma estrutural. O PCdoB criou a secretaria de questões de mídia e também sempre procurou se relacionar com blogosfera e agora ativistas digitais. O partido tem condições de se debruçar e tentar encontrar caminhos. 
  • Estamos numa fase de defensiva estratégica da luta dos trabalhadores. Isso vem desde queda do Leste Europeu, com crise prolongada do capitalismo. Diferentemente, na América Latina vivemos um momento de ofensiva tática, com grandes vitórias no continente. Com as derrotas do último período, agora estamos vivendo defensiva estratégica junto com defensiva tática. 
  • Levamos uma surra na disputa de narrativas. Isso não se dá apenas no Brasil, é um fenômeno mundial. Sobre as eleições de 2018, alguns acham que foi o zap é que decidiu, mas na verdade a nossa força vem de muito antes, perdemos antes em vários terrenos. As 9 famílias que controlam a mídia tradicional apostaram num discurso que ganhou a narrativa. Criaram a pauta da corrupção e da segurança pública e da própria crise. Esta mídia monopolista foi trabalhando a cabeça dos brasileiros, fazendo a criminalização da política e chocaram chocou o ovo da serpente.
  • Bolsonaro é um fenômeno deste tempo onde nós fomos derrotados. A mídia tradicional teve um papel decisivo. Teve papel protagonista no golpe, Junto com isso é que vem as novas mídias. Ademais, a mídia tradicional fez a migração para as novas mídias, Tivemos uma grande sacada com o vermelho mas depois perdemos o bonde.
  • Como perdemos esta batalha? São vários fatores que se juntam. Um deles é o investimento financeiro. Veja o caso da Cambridge analítica, conseguindo fazer a análise do perfil de comportamento. Quem é que vai contratar tantos disparos de robô? Eles investiram muito. Bolsonaro declarou que só gastou 152 mil reais em mídias digitais, mas cada pacote custava 12 milhões. Mas não foi só isso. Se aproveitaram de uma onda, com muito dinheiro. 
  • Nós trabalhamos muito pouco com emoção. O outro lado trabalhou com emoção, a partir da crise e da criminalização da política a partir de mensagens simples. Fizeram um discurso com uma linguagem forte e direta. No Brasil os maiores youtubers são de direta
  • O que fazer? Temos alguns desafios. Achar que agora é só internet está errado. temos que utilizar todos os instrumentos.  De outro lado, na internet, temos que pensar como constituir redes, pensar linguagem e emoção e ser mais instantâneo. Internet é rapidez. Estamos num momento em que temos que trabalhar muito a formação. Devemos trabalhar para criar um grande exército de guerrilheiros virtuais. Criar cursos e qualificar o nosso time para enfrentar estes desafios de comunicação em rede.

 

Jandira Feghali

  • Não é possível discutir democracia sem discutir comunicação. Isso faz parte de tudo que construímos de estruturas institucionais inclusive. 
  • Se fazemos e não divulgamos, não constrói não gera opinião e consciência na sociedade. Nessa disputa política de projeto da sociedade, essa discussão é decisiva. O portal Vermelho cumpriu um importante papel e este papel foi se reduzindo. O Vermelho chegou a ser uma referência.
  • Falamos o tempo todo de furar a bolha, mas também temos que falar com a nossa bolha, com as pessoas que pensam de forma progressista na sociedade. Não adianta tentar furar a bolha e perder a nosso campo progressista que é a nossa bolha, mantendo nossa referência.
  • Os instrumentos vão mudando velozmente e necessitamos lançar mão deles. Importante instrumento de comunicação foi o fax. depois foi o e-mail. Para manter uma comunicação ativa temos que usar todos os instrumentos, já que não temos a grande mídia.  Temos que usar o rádio, o jornal do interior, fazer pequenos artigos para mídias que nos dão espaço, Instrumentos simples fazem chegar na sociedade. 
  • Na internet tivemos um projeto avançado de neutralidade da rede. O território da internet é livre somente entre aspas. Os grandes acionistas  da internet nos utilizam para ganhar muito dinheiro. O mercado mundial de serviços de internet gera 500 bilhões de dólares.
  • Quem mais utiliza é quem tem mais acesso aos recursos financeiros. É por isso que a direita ganha terreno. Neste território aparentemente livre, vamos fazer a disputa mas não vamos ganhar porque o que manda é o dinheiro. Estamos em uma disputa absolutamente desleal. No entanto, não devemos cair na armadilha de restrição da internet. devemos ter cuidado com isso. Não podemos ir apoiando a decisão disso estar na mão de uma empresa.
  • fake news – segundo instituto Ipsos, o país que mais acredita em fake news é o Brasil e durante as eleições cresceu 51% a quantidade de fake news. É bem verdade que um único fator não decide. Há o distanciamento da esquerda do povo. Exemplo é como reagimos quando do mensalão? Não reagimos. deixamos de enfrentar o debate.  Todo mundo ficou na defensiva e não fizemos a disputa da narrativa. Na história, sempre a bandeira da corrupção foi a bandeira para derrubar governos progressistas. 
  • Perdemos todas as nossa bandeiras. Tem o fator comunicação mas tem o fator realidade concreta. Tem a questão de forma, mas tem a questão de conteúdo. Sobre identitarismo, na eleição brasileira não foi isso.  Temos que entrar na subjetividade popular, na vida real do povo, no seu cotidiano, mas não temos que rebaixar valores. Não temos que deixar de falar da questão da mulher ou do racismo, temos que buscar tocar o coração das pessoas, entrar na subjetividade popular.
  • O relativo sucesso das redes do mandato parlamentar de Jandira tem a ver com conteúdo, criatividade e antecipação da opinião. Não adianta falar depois que todo mundo falou. Tem que se articular em rede para que a sua rede cresça em articulação com o crescimento das outras redes. Tem que fazer parcerias com movimentos sociais. São formatos e possibilidades que o partido tem que usar e também temos que utilizar aqueles que têm mais influência nas redes para ampliar nosso papel.

 

Mesa 03 – Desafios da Ação Política e da Estruturação Partidária diante do contexto de hegemonia da extrema direita, de novos fenômenos (Intensa presença das igrejas neopentecostais / milícias / violência, etc.) e da necessidade de crescer na Resistência

 

Renato Rabelo

 

  • A sociedade capitalista atual é o nosso contexto. Essa sociedade é financeirização e  quarta revolução industrial, mesmo que alguns questionem se é quarta ou é terceira, é uma etapa nova e o centro é a inteligência artificial.
  • O capitalismo financeirizado é definido pelo capital a juros, o capital fictício e o rentismo. A quarta revolução industrial não é neutra, pois está a serviço do capitalismo financeirizado. É uma sociedade dos bem sucedidos e dos mais fracos. Os bem sucedidos são os que tem o tempo livre, que ganham dinheiro a partir do dinheiro. São os detentores das riquezas. Os mais fracos são os liberados do trabalho e que sofrem ameaças permanentes de desemprego, da queda do salário real, da precarização do trabalho. São uma maioria que cresce.
  • No Brasil, com o Bolsonaro, temos um governo com autoritarismo visceral, com ultraliberalismo, com neocolonialismo, com uma política de capitulação. É um governo de grande retrocesso, de destruição. Sobre as relações de trabalho, temos um cenário de precarização crescente, com perda completa de direitos e vigência de um desemprego estrutural, e trabalho intermitente. 
  • O governo pretende implantar a carteira verde amarela, que oficializa o trabalho precarizado. Pela primeira vez entra na lista dos 10 países piores para os trabalhadores. No Brasil, mais de 70 porcento do trabalho vem da área de serviços. É nesta área que é mais fácil automatizar com a inteligência artificial (IA), que vai diminuindo o papel de algumas atividades. Especialista da UNICAMP consideram que existe um novo proletariado de serviços na área digital e que vai crescer e que uma parte deste exército é descartável.
  •  O novo perfil da sociedade capitalista atual em curso encontra-se assim distribuído:

 

  1. Detentores das riquezas financeiras e seus monopólios;
  2. Elite de trabalhadores altamente qualificados, que vai se separar da classe trabalhadora;
  3. vasta maioria de descartáveis, em processo de trabalho cada vez mais precarizados, onde parcela não será absorvida pelo trabalho, e gerar a maioria de descartáveis.
  • A mudança no perfil da sociedade produz os seguintes impactos: 
  1. impacto sobre as forças de esquerda, que tem sua base social predominantemente a classe trabalhadora.
  2. Esse capitalismo financeirizado traz consequências sobre a consciência de classe e o sentido de classe, conforme a nova subjetividade que vai se formando nesta nova morfologia do trabalho. 
  • Diante de toda esta diversidade temos que ter um alvo comum, que é atacar o capitalismo financeirizado. Este capital tem hoje o domínio da hegemonia capitalista, embora tenha diferenças na Ásia, que seguiu um caminho diferente. São problemas que vamos ter que levar em conta. Eleger o inimigo comum.
  • A tecnologia digital informacional, produz consequências extraordinárias. O partido sem se comunicar com as grandes massas não é um partido. Se ele não compete em termos de comunicacao, nao é possivel fazer milagre. estamos em uma situação de uma revolução em todo o sistema de comunicação e o partido precisa acompanhar isso. Esse é um problema que revoluciona a própria funcionalidade do partido, muda a sua linha de massas. A sociedade hoje está dividida em redes. 
  • Dessa forma, passamos a viver nova realidade da sociedade organizada em redes sociais e surge o período dominado pela pós-verdade. As fake news não são uma coisa marginal, elas estruturam opiniões sobre todos os temas e que se pode emitir posições que não tem nada a ver com a verdade.
  • Há ou não espaço para organizar os trabalhadores na sociedade capitalista atual? Acredita que sim. É uma exigência histórica que a evolução técnica científica contemporânea tem que estar voltada para uma nova sociedade e não para a financeirização. É preciso um novo sistema social. Acredita que haverá muitos miseráveis e que estes vão fazer a revolução.
  • Não foi a aristocracia operária que fez a revolução.  Foi a massa de miseráveis. como teremos uma sociedade com avanço civilizacional se não construirmos esta nova sociedade? Há elementos comuns no mundo ocidental contemporâneo onde assistimos um empobrecimento generalizado, sobretudo depois da grande crise de 2008. ou seja, perda do status social. desde o começo da crise de 2008, aumentou a concentração das riquezas, enquanto se dizia que a globalização iria levar a uma melhoria do bem estar.
  • Este fenômeno abre caminho para grupos neofascistas e xenófobos. O povo está se dando conta que com a crise foi o grande capital e o povo se lascou. Isso começa a se viver fortemente na Europa. Por isso, a esquerda não ganhou uma credibilidade maior, onde estes grupos de ultradireita começam a ter um grupo maior. Há uma série de tentativas da esquerda, ex: Reino Unido, Grécia, de recuperar a credibilidade mas ainda não tem possibilidade de galvanizar um grande polo. isso por ora tem sido galvanizado pela extrema direita.
  • O elo débil da esquerda é a falta de vinculação com esta massa de empobrecidos e como atrair os proletariado digital. Na UE, a ultra direita tem mais capacidade de se vincular a estes empobrecidos. No Brasil a ligação com as massas populares nas periferias dos grandes centros urbanos e regiões pós-industriais a esquerda tinha importante influência, através de partidos sindicatos e associações.  Hoje estes espaços são influenciados pelas igrejas neopentecostais, milícias e crime organizado.
  • Os evangélicos já somam 35% da população. As igrejas maiores tem uma larga influência e tem sistemas de comunicação dos mais modernos. Além disso, há pequenas igrejas com credos personalizados e lideranças que vão se abrindo e espalhando. É uma forma de atrair as pessoas que são desprovidas e vão constituindo relações sociais.
  • As milícias armadas são originárias das polícias e articuladas com grupos de políticos. Crescem e detém mais força com o atual governo, e vão tendo o monopólio do achaque. O crime organizado se apoia nas camadas pobres e recrutam a população jovem para formar uma força sistêmica.
  • Hoje é marcante a recusa da política emanada pelos poderes dominantes e vem forte a luta contra a corrupção, onde os fins justificam os meios. A Lava Jato se constitui como um partido. Mudou o sistema acusatório. E o STF foi leniente com isso. Vivemos uma criminalização da política. 
  • Por isso a etapa atual do capitalismo na luta transformadora para abrir caminhos Surge a questão da alternativa. Estamos diante de uma encruzilhada. A continuidade do capitalismo financeirizado sob hegemonia do capital financeiro ou a suplantação por uma nova conformação política e social sustentada pelo trabalho.
  • PCdoB na contemporaneidade. A essência do nosso programa e a estratégia está correta. Ele só precisa ser atualizada. Temos que ter uma estratégia de médio e longo prazo senão a gente se perde no pragmatismo. Temos que ter perspectiva de um novo sistema. Por isso, quem vai levar a necessidade de um novo sistema são as forças produtivas. Esta é uma questão que temos que ter caminho e rumo.
  • Vivemos uma resistência num governo de extrema direita. Devemos defender uma frente ampla. Última pesquisa Datafolha demonstra que a maioria do povo acha que está correto o lula preso. É importante levar em conta que na frente ampla a questão democrática é a questão central. Devemos ter uma frente alargada.
  • O governo Bolsonaro é fomentador de crises. E há um risco desta crise se transformar num regime de exceção. Por isso que a questão democrática está no centro. Desde já devemos lutar pela urgência da retomada do crescimento econômico. Isso não é uma questão qualquer. É preciso um corajoso programa de investimento contra-cíclico, estímulo ao investimento privado e fortalecimento do crédito pelo consumo interno. Valorização do trabalho e luta pela redução da jornada de trabalho. 
  • A redução da jornada é questão estratégica. Embate contra o desemprego, garantia dos direitos trabalhistas e defesa do emprego permanente. As grandes mobilizações de massa surgem com um detonador. A educação está sendo um fator detonador. Financiamento da seguridade social. Moradias populares e acesso à terra. Estas bandeiras para a esquerda são fundamentais.
  • A construção específica do PCdoB é questão que está em debate e temos que levar em conta o lugar político do partido. Sobretudo com a reforma do sistema eleitoral, é necessário ampliar sua base social. É preciso o sucesso desta política vai depender de nossa capacidade de viver com as massas, atrair lideranças para as fileiras partidárias. Isso é a forma mais eficaz. Também é necessário saber dominar os meios de comunicação. A comunicação está numa fase disruptiva. Estamos caminhando para a internet de todas as coisas. Se não dominarmos isso, vamos no mesmo lugar. As estruturas de vias de ligação com as massas trabalhadoras e seus aliados. O centro desta ligação é uma comunicação mais acessível, tangível. 
  • Outro problema é que é importante de ligação com os trabalhadores as mulheres e a juventude. O partido tem tido ganhos e experiências em ter lideranças entre os jovens, mulheres e LGBT. Isso não é defender o identitarismo, é um meio de ligação com as massas trabalhadoras.
  • Por fim, promover a luta de idéias. Constituir uma forte coluna de quadros que irá sustentar o partido. Esta coluna de quadros é que irão amp. A coluna de quadros precisa ter pensamento político e não apenas política. 

 

Nivaldo Santana

  • Mesmo com as mudanças no mundo do trabalho e o enfraquecimento dos sindicatos no brasil e no mundo, partimos da premissa que os sindicatos ainda são a principal organização de massas dos trabalhadores e são uma porta de entrada de filiados para o partido.
  • Quando falamos em trabalhadores, é importante analisar o mercado de trabalho no brasil. A partir de estudos e pesquisas. podemos dizer que a força de trabalho no brasil possui 105 milhões de trabalhadores, dos quais 92 milhões estão ocupados e temos 13 milhões de desempregados. 
  • Existe uma política no mundo de redução do trabalho assalariado. Quando substitui o trabalho vivo pelo trabalho morto com máquinas, temos uma tendência da redução da taxa de lucros. É desta forma que o capitalismo tenta reduzir o custo do trabalho. No mundo já houve 110 reformas trabalhistas e previdenciárias. 
  • Existe uma política que é mascarar a relação capital trabalho através da chamada individualização das relações de trabalho para retirar o patrão do cenário como se fosse uma relação entre iguais. Esta individualização cria o trabalho sem nenhum direito.
  • No Brasil há 24 milhões de trabalhadores por conta própria. Destes, 8 milhões são Microempreendedores Individuais (MEI), que é um trabalhador sem direitos. Trabalhadores por aplicativo são 4 milhões, dos quais são 800 mil só na UBER, mas com uma relação de trabalho mascarada. 
  • Vivemos um período de transição que dificulta a organização e cria uma nova dinâmica de relação social. Para enfrentar essas transformações, é necessário ampliar o escopo da representação sindical, buscando representar também o trabalhador intermitente, precarizado e criar uma sinergia com a juventude.
  • Outra questão importante é incorporar outras matérias que não sejam circunscritas às relações capital-trabalho, abordando as características culturais, esportivas e outras que os sindicatos possam fazer. É preciso organizar trabalhadores que possam ser mobilizados a partir de outras naturezas.
  • Estamos vivendo um período de transição. Estamos no limiar de um novo tipo de trabalho. 

 

Jorge Venâncio

  • Estamos vivendo uma violentíssima concentração de renda, patrocinada pelo capital financeirizado. O centro do capitalismo vem sofrendo um desgaste. Vai perdendo espaço. Isso vai fazendo um fortalecimento tanto da extrema direita quanto da esquerda. Mas a proposta alternativa a esta financeirização que a direita tem a oferecer é precária e mentirosa. É uma piora da vida do povo.
  • A responsabilidade que o partido terá nesta questão é muito grande. Na Europa os partidos ditos de esquerda que aderiram ao liberalismo se afundaram. É preciso ter claro como existe possibilidade de disputar alternativa com a direita.
  • Sobre a política de organização, relata uma experiência vivida. Entre 1979 a 1980, no MR8 do RJ, que na época dirigia a UEE no Rio, o movimento estudantil havia passado por um ascenso neste período, onde combinou o trabalho de massa com o trabalho de organização. Como trabalho de organização, montava um comando do partido e criava um grupo para distribuir o material de massa nas universidades, mas ao mesmo tempo distribuía para as lideranças um material de organização. Havia ainda  um trabalho de finanças, de pedir recursos. Todo grupo que ia percorrer as universidades tinham três objetivos: Luta de massas, ação organizativa e campanha de finanças. Nos momentos onde temos ascenso de massas, temos que aproveitar este espaço para crescer nosso partido. é claro que isso se adapta a cada situação mas esta experiência é interessante.

 

André Tokarski

  • Temos o desafio de observar a ação política em dois grandes eixos: institucional e massas. O partido como um todo atua neste universo. Na ação política institucional,  o grande desafio é conformar as frentes amplas que se formam em torno de causas. O desafio principal é atrair o centro político e social, formando uma nova maioria.
  • Na ação política de massas, devemos organizar a resistência diante deste avanço ultraliberal. Tem três grandes bandeiras que são úteis para esta resistência e a retomada de vínculos com a maior parte da população: educação, saúde e emprego.
  • Na educação, tivemos a defesa da educação como o grande catalisador de um processo de mobilização massiva que levou às ruas milhares de pessoas. Importante característica nas duas grandes manifestações nesse período, é que foram que foram precedidas de grandes atividades nas universidades. carta dos reitores mobilizando as manifestações. houve extensa mobilização sindical,  assembleias de estudantes nas universidades.
  • O papel da bandeira da educação  tem a ver com o crescimento e a expansão das universidades federais pelo país. A educação virou uma causa das famílias. e expansão das universidades se deu nas capitais e nas grandes cidade médias do país. Houve também uma expansão dos Institutos federais que também estão localizados nos grandes centros. Tudo o que aponta é que este enfrentamento vai ampliar. Há a possibilidade de uma resistência ampla, que mexe desde o estudante até a chamada elite acadêmica, pois está impactando as bolsas.  Nestas manifestações houve mobilização em 200 cidades no brasil. Tem uma frente ampla da educação, que dialoga com outras frentes importantes do partido, pois este processo da educação abraçou as bandeiras das cotas e outras. 
  • Saúde pública – Nos grandes centros predomina milícia, crime e igrejas, tem dois equipamentos públicos que podem mobilizar (saúde e escola). Saúde dialoga também transversalmente e mobiliza parcelas mais organizada sobre temas LGBT, mulheres e negros.
  • Três grandes temas de mobilização: LGBT, combate ao racismo e papel das mulheres. Tem o tema da violência também, que é um flagelo da população brasileira. na grandes periferias. para o povo, que enfrenta este está

 

Angela Albino

  • Crise estrutural do capitalismo aponta para o desmonte de políticas públicas e conquistas das mulheres. Governo Bolsonaro marca fim do ciclo político iniciado em 1985 e que teve na Constituição Federal o marco da consolidação de um novo pacto social;
  • Novo ciclo onde o Estado conservador toma iniciativas para retirar direitos das mulheres. 
  • Base parlamentar e social de apoio ao governo, fundamentalista, mobilizada nas redes, prega novo papel para as mulheres, anulando nossas conquistas emancipatórias.
  • “Esquerda”, “comunistas”, “sindicalistas”, “feministas” estão no mesmo balaio de gato do imaginário popular.
  • PCdoB tem todas as condições de se tornar o partido que representa as mulheres. Partido tem sólida elaboração teórica e política acerca do papel da luta emancipacionista na construção de uma nova sociedade. É presidido por uma mulher nordestina, vinda das lutas do povo. Tem mulheres com trajetórias próprias. Tem uma bancada federal com maior número percentual de mulheres, inclusive no ranking das mais influentes do congresso e das redes sociais. Possui lideranças femininas jovens, LBTs e negras.
  • A luta da questão de gênero tem o desafio de vencer a concepção de ser uma luta “identitária”. Segundo Lênin, “A emancipação da mulher é inseparavelmente ligada a toda luta pela causa dos trabalhadores, pelo socialismo”.
  • O impulso da equidade de gênero e raça se dá em consonância com o caminho para o fim da opressão de classe. O machismo reside em toda a sociedade e, portanto, também no partido.
  • Em contraposição a um feminismo de corte liberal que se referencia numa mulher genérica, os pressupostos marxistas apontam a necessária referência a uma mulher identificada com a classe e raça/cor.
  • A visão emancipacionista afirma o eixo estruturante: classe, gênero e raça. A temática da mulher deve ser tratada como elemento de estruturação partidária e não apenas como frente de massas. 
  • São desafios internos: Investir na ampliação das comunistas nos espaços de direção e de participação no processo eleitoral, que se relaciona com o aprofundamento da democracia e a acumulação de forças para a transição ao socialismo; Construir condições, desde agora, de lançar o maior número possível de candidatas a prefeitas e vereadoras em 2020, antessala de 2022.
  • Dentre as ações planejadas e em andamento, encontram-se:
  1. Desenvolvimento de ações específicas para estimular as candidaturas de mulheres jovens, negras, lésbicas e trans;
  2. Envolvimento das principais lideranças do PCdoB no processo de atração de novas lideranças com potencial eleitoral;
  3. Construção, em conjunto com a Secretaria Institucional, de dois encontros regionais (2019 e 2020);
  4. Núcleo de acompanhamento de candidaturas: mídia, advogada, contadora (em conjunto com a Secretaria Institucional).

 

Mesa 04 – Desafios da Ação Política e da Estruturação Partidária diante da necessidade do autofinanciamento

 

Ricardo Abreu Alemão

  • A ideia central é a autossustentação do partido, financiar o partido de forma independente. Tal tarefa é progressiva. Exemplo importante é o PCP (Portugal) que tem elevada arrecadação de militantes e amigos. Pelo mundo afora tem uma atividade de finanças dos partidos comunistas.
  • Atualmente, a maior parte dos recursos do partido vem do fundo partidário e do fundo eleitoral. Isso precisa ser enfrentado com reforço das ações militantes e renovação das concepções e métodos de arrecadação militante. 
  • Os recursos do nosso partidos estão divididos em recursos patrimoniais, financeiros e administrativos. Os recursos patrimoniais são nossos símbolos e nossa história. Os recursos materiais são os bens móveis e imóveis. Os recursos financeiros, fundos e orçamentários. Os recursos administrativos são os nossos quadros, funcionários e empresas que prestam serviço.
  • Devemos constituir fundos para o partido.  Existe uma ideia de fazer um consórcio nacional de sedes do partido. Há ainda necessidade de um fundo para a regularização dos comitês partidários. Também necessário é o fundo estratégico, com 6 a 12 meses de despesas, para fazer frente a uma falta de receitas. Outros fundos ainda podem ser fundo para proteção jurídica e fundo para campanhas eleitorais.
  • No âmbito dos recursos financeiros, temos os fundos públicos (partidário e eleitoral) e os “outros recursos”, que são o nosso foco. Os “outros recursos” são de 4 tipos: 
  1. contribuições da militância
  2. doações de simpatizantes e amigos
  3. venda de publicações e materiais promocionais
  4. rendas decorrentes de contratos e convênios

 

  • No âmbito da arrecadação através da contribuição militante e de amigos, listamos as 10 dificuldades e as 10 possibilidades:
  • dificuldades:
  1. conceito popular negativo sobre a atividade política e os partidos;
  2. recessão econômica e suas consequências;
  3. cultura política do povo de esperar algo a seu favor e não de contribuir;
  4. o legado do modelo empresarial de financiamento de campanhas;
  5. o nível de compreensão político ideológico dos militantes, que denota uma compreensão de um partido restrito a quadros. Subestimação da estrutura de base partidária;
  6. não obrigatoriedade, na prática, de contribuição para que os militantes exerçam plenamente serem eleitos para as estruturas partidárias e a serem candidatos em eleições gerais;
  7. reduzido esforço de divulgação da contribuição financeira com campanhas de contribuição;
  8. existência, na prática, de sistemas municipais e estaduais de arrecadação de recursos.;
  9. restrições e exigências de contribuição de pessoas físicas para contribuição eleitoral;
  10. problemas técnicos nos meios de pagamento.

 

  • possibilidades
  1. afirmar a identidade do pcdob e se aproximar do que o povo espera do PCdoB;
  2. realizar uma campanha de finanças sinérgica;
  3. não fazer dívidas de campanha;
  4. trabalhar em 4 movimentos: fortalecer a vida partidária; fazer valer a contribuição obrigatória; aperfeiçoar a parte técnica de recorrência de contribuição; divulgar a necessidade de contribuição financeira com campanhas
  5. atualizar os cadastros de filiados;
  6. incorporação e integração do PPL;
  7. novo pacto federativo, 
  8. políticas de arrecadação de recursos, com convênios e contratos que podem ser realizados;
  9. contribuições recorrentes mensais e extraordinárias, de filiados e de amigos;
  10. campanhas por sede própria.

 

  • Sobre o SINCOM: a ideia é colocar um cronograma no regimento de cumprimento gradual da obrigatoriedade da contribuição com penalidades de suspensão das funções partidárias enquanto não regularizar as contribuições.
  • Unificar efetivamente as contribuições numa conta única com distribuição quase imediatas.Ter como foco da distribuição dos recursos do SINCOM os Comitês Municipais, cuja proposta é distribuição de 70%
  • Realizar campanhas para fora, que emocionem e conquistem a militância, como campanhas por causas, contribuições para campanhas eleitorais, campanhas por sedes próprias. Tomando como exemplo, a partir de 1 de janeiro já podem ter contribuições para a campanha eleitoral.. É possível, em termos progressivos, ter um PCdoB auto sustentado.

 

Ronald Freitas

  • Dois fatos históricos importantes na formação da nação brasileira: na feira literária de Paraty está homenageando Os Sertões, que foi uma das primeiras fake news da história. O segundo fato é a revolução constitucionalista de São paulo, que completa 88 anos. São fatos fundantes na construção incompleta da nação brasileira. 
  • Os partidos tem que ter soberania, sem ela não é possível as ações. A natureza das finanças partidária deve ser analisada de forma multilateral. Como financiar a atividade política? Acima de tudo é tratar de uma atividade policia complexa, que exige persistência e competência técnica. 
  • Há uma relação entre finanças partidárias e conjuntura política. Na conjuntura,  oposição desenvolve uma importante oposição ao governo, desgastando-o, mas que ainda nao sao suficientes para desestabilizá-lo. Toda essa situação política vai delineando uma linha baseada na concepção de que eles não foram eleitos numa democracia liberal, mas sim que realizaram uma revolução de direita que lhes dá o direito de fazer o que quiserem e caminhar para um cenário autoritário.
  • Neste cenário adverso, os fundos públicos se tornam a fonte preponderante de recursos do partido. isso coloca uma dependência do partido extrema destes fundos públicos. Se não superamos as barreiras de nosso orçamento, tendo contribuições superiores aos fundos públicos, pois os mesmos podem ser derrubados subitamente e podem ameaçar o funcionamento do partido.
  • A tarefa de finanças é transversal e exige a participação da presidência e de todas as secretarias do partido, para trabalhar ativamente para que o PCdoB tenha a maior parte de seu orçamento advindo de contribuições. Devemos ter sempre presente que alcançar a auto sustentação é tarefa de todo o partido. 
  • É necessário estreitar nossos vínculos com as massas. No plano teórico aprofundar nossos conhecimentos sobre a tática e o processo revolucionário. Lutar pelo socialismo nos dias de hoje que é lutar por um Brasil soberano. No plano da ação política, além de continuar nossas atividade é urgente a tradição do partido de se ligar as massas.

 

Miguel Manso

  • a principal dificuldade que os militantes e o partido vive para alcançar recursos financeiro.
  • Toma como exemplo episódios de dois grandes líderes que fizeram finanças como ninguém. Fazer finanças foi uma das características do camarada Stálin. A URSS não produzia alumínio em grande quantidade e sem alumínio não havia avião. Então Stálin trava uma luta com Roosevelt para garantir o apoio para fazer os aviões. Fazer finanças pressupõe uma profunda concepção de qual é a causa que ele está defendendo. Ele não está pedindo para si, ele está pedindo para a luta que mais interessa a todos, que é a luta pela sobrevivência da nação.
  • Segundo exemplo: Gandhi faz a travessia na Índia para pegar um punhado de sal. Cria a máxima de que “enquanto a Índia for colônia, enquanto não tiver a indústria para refinar o sal, nós vamos usar sal grosso”. Para fazer finanças, o militante tem que saber o que representa. Nós somos seres humanos que lutamos pela emancipação das pessoas e não tem como haver emancipação se não houver soberania. 
  • Defender a pátria acima de tudo. Somos comunistas numa etapa da luta. Propõe que jornadas nacionais de finanças: todo primeiro final de semana no mês os organismos devem discutir suas finanças. É necessário que fazer um compromisso mais profundo. 
  • O militante precisa ter compromisso frente ao coletivo. É necessário organizar campanhas para buscar recursos para fora do partido. No PPL, o Cláudio Campos nos ensinou a máxima de que “a organização condensa a política”. Se o partido não souber se organizar não vai dar vida nas questões de organização.  As finanças condensam a organização e a política.

 

Eron Bezerra

  • o compromisso de manter o partido é fundamental. Só existe independência política se houver independência financeira. São questões ideológicas profundas e não apenas retórica. O fato é que a contribuição militante foi secundarizada com o tempo. Houve fatores para isso: entramos nos governos e isso criou uma idéia de que a fonte de recursos não era prioritariamente da militância. isso levou a um acomodação.
  • Nosso partido aportou um volume razoável de recursos na atividade-meio e isso fez com que o partido fosse visto como um grande provedor e não para ser provido. Quando vieram os cortes de recursos, a situação se deteriorou. Devemos nos preocupar que a recuperação parcial dessa estrutura não nos leve a um novo acomodamento. 
  • Acredita que é um problema de concepção. Cada vez este problema da acomodação foi se retroalimentando e o apelo da contribuição militante foi ficando mais rarefeito. Começamos a falar línguas que não somos compreendidos num diálogo de surdos. 
  • Alternativas: no Amazonas o CE a cada 3 meses faz uma campanha financeira. A próxima é um festival de chopp em defesa da democracia. São campanha de amigos, que rendem por volta de 60 mil reais ano. Pretendemos ampliar isso para atividades profissionais, que quaisquer recursos seja direcionado é para a atividade principal do partido.
  • Queremos criar a chamada rede vermelha de atenção social. Os setores neopentecostais estão ligados a vida do povo. Se não tivermos clareza de como alcançar estas pessoas, vamos falar para nós mesmos. Temos que recuperar a ligação com a vida do povo. 

 

Mesa de Encerramento

 

Walter Sorrentino

 

  • O cenário adverso exige reflexões na construção partidária. O posto de comando deste posicionamento está na construção política de nosso partido. A organização serve a política e a organização concretiza a força da ação política. É necessário alcançar o máximo de unidade política de toda a nossa militância. 
  • Nossa política de massas precisa estar lastreada em toda uma elaboração dessa ideia avançada face a uma realidade em mutação. Estamos vivendo uma revolução tecnológica que está mudando as relações sociais, que é muito intenso, e a elaboração sobre estes novos fenômenos estruturais é fundamental. 
  • Temos duas dimensões centrais na ação política:
  1. lastreamento ideológico das ideias
  2. retornos as formas de luta fundamentais num meio de quebradeira de direitos.

Destas dimensões derivam alguns problemas:

  1. redes de mídia.
  2. não dispensar as redes de organização de base
  3. problema da auto sustentação.

 

Patinhas

 

  • Aborda alguns aspectos do que foi discutido em relação a aplicação da política de quadros. A atual política de quadros foi definida do 12º Congresso. Vivemos em 2019 um novo ciclo regressivo em todas as frentes, mas existe um contraponto que é o movimento de resistência.  Neste movimento salienta-se o papel do PCdoB.

 

  • Temos grandes desafios:
  1. ameaça do estado autoritário.
  2. a cláusula de barreira que ameaça nosso funcionamento parlamentar, que em 2030 será de 30 por cento.
  • Será necessário organizar cursos para nossos pré-candidatos. 2019 é um ano de conferências e tem como particularidade a integração dos quadros e militantes oriundos do PPL à estrutura do PCdoB.

 

  • Aspectos concretos para a política de quadros:
  1. para organizar chapa para vereador temos que ter mais candidatos do que vagas. Em algumas cidades temos problemas antigos que se arrastam mas que temos que superar e construir direções unidas para o desafio.
  2. quadros para as comissões executivas. Ainda temos comissões executivas com fragilidades. Devem ser constituídas comissões auxiliares.
  3. tem que definir quadros com características para cada tarefa. A composição dos plenos, das comissões políticas e comissões executivas devem levar em conta as características de cada quadro.

 

  • Importante ter bases e comitês vivos na luta do povo. Além das bandeiras políticas mais gerais, temos bandeiras mais concretas da realidade do povo. É necessário ter um foco nos principais comitês municipais estratégicos. Precisamos deslocar quadros para dar vida aos distritos e bases estratégicas. 

 

Neide Freitas

 

  • O desafio da ação planejada está colocado de forma muito forte nos documentos do nosso 14º Congresso. Planejar é mobilizar e organizar para que estejamos ajustados aos nossos objetivos. Avançamos muito nos últimos anos, precisamos ousar um pouco mais com planos anuais. Quando falamos de planejar quatro anos temos mais dificuldade.  Devemos ter um olhar mais alargado para o longo prazo. Quais são os nossos desafios para o centenário do partido? Precisamos superar a cláusula de barreira em 2022. esta deve ser a nossa meta central.
  •  O plano 2019/2020 é a expressão de uma agenda que vamos perseguir. A agenda se expressa na luta em defesa da democracia, da aposentadoria e da educação. Teremos uma ferramenta de planejamento que deverá ser utilizada pelos comitês. 
  • Devemos conduzir com êxito a integração do PPL nos estados e município. Essa integração passa pelas nossas conferências ordinárias e é um momento muito importante. A preparação de nossas conferências ordinárias será também momento de renovarmos nossas direções e preparamos o processo eleitoral de 2020. 
  • 2020 é decisivo para 2022. Devemos observar o cenário para verificar qual é a melhor estratégia para 2022. Devemos preparar o centenário do partido, as comemorações e documentos para o período.
  • Nosso planejamento também assume tarefa de monitorar, mobilizar e estimular a realização da agenda. Para isso, temos muitos desafios:
  1. incorporar as NTIC a vida do partido. Isso se expressa nas redes sociais, mas também se expressa em outras formas de organização
  2. preparar 2022
  3. auto sustentação do partido.

 

Fábio Tokarski

 

  • Seminário foi pensado de forma intersetorial. Tivemos 175 participantes, o que denota o intenso interesse dos dirigentes pelo tema da estruturação partidária. Há uma grande qualidade que vai se desenvolvendo neste processo de escuta e elaboração. Os questionários preenchidos também farão parte deste processo de escuta.
  • Sem soberania não tem desenvolvimento, não tem democracia. É nosso programa que nos diferencia. Temos um projeto para o povo brasileiro e para a nação. Vamos crescer na resistência, mas a resistência por si só não se basta.Temos que ser propositivo. Temos que defender a democracia. Precisamos propor. É na proposta concreta e real que no nos diferenciamos das outras correntes de esquerda. 
  • Devemos conhecer mais e melhor as cidades, dialogando com nosso programa. precisamos conhecer a realidade de cada município e lançar candidatos do PCdoB onde for possível. 
  • Nosso partido tem que ter direção coesa e trabalho de base. O PCdoB defende os trabalhadores em geral, trabalhadores jovens, trabalhadores mulheres, trabalhadores LGBT, e não há dúvida sobre isso. Vamos realizar uma conferência nacional anti racismo. Teremos o congresso da una lgbt. Nesta semana ocorre o congresso da UNE. Em 14 de agosto tem a marcha das margaridas. O PCdoB realiza ainda o encontro de educação.
  • Por fim, tomando como partida o seminário,  a ideia é que o CC dialogue com estes temas todos e a partir daí tenha uma orientação. Os questionários respondidos serão lidos e será preparado um documento para o CC para fazer indicativos.
  • Campanha de filiação. Qual é a imagem que nós temos? Precisamos saber por que uma pessoa se filia a um partido e ao PCdoB? É necessário realizar uma pesquisa que possa embasar nossa Campanha de Filiação, compreendendo o que os trabalhadores pensam do PCdoB.
  • Orientamos que a integração do PPL ao PCdoB, já concluída no âmbito nacional, e integração para valer só será bem feita se for feita com cuidado e delicadeza. São histórias e trajetórias diferentes. Somos um só partido agora e temos que examinar a realidade de cada município. Devemos tratar os critérios políticos que orientem a militância. Vamos realizar um diálogo progressivo desta integração em cada estado e em cada município.