Wellington Dias critica falta de planejamento federal sobre vacinas
O governador do Piauí e presidente do Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias, criticou a declaração do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que responsabilizou os governadores e o Instituto Butantan que teriam “impedido” a aplicação da segunda dose da CoronaVac.
Segundo Dias, o antecessor de Queiroga, Eduardo Pazuello, foi avisado pelos governadores sobre o buraco no calendário de entrega das vacinas do mês de abril, mas, ainda assim orientou que não fosse realizada a reserva das vacinas para a aplicação da segunda dose.
“Foi graças ao esforço do Butantan, de São Paulo e de entendimentos que tivemos com governo e embaixada da China que tivemos a liberação dos dois lotes que vão, mesmo com atraso, assegurar a segunda dose para muitos Estados e municípios”, disse Dias.
De acordo com o governador do Piauí, só agora, já com o problema grave de falta de 2ª doses da CoronaVac e com a paralisação da 1ª aplicação em muitos lugares, é que foi feita uma agenda do governo central. “Fomos acusados primeiro por estar armazenando a segunda dose. E o desastre não é maior na falta de segunda dose pelo planejamento de muitos Estados e municípios”.
Segundo Wellington Dias, os governadores e prefeitos sugeriram no mês de março a Eduardo Pazuello que solicitasse à China, doses extras dos imunizantes. Porém, nenhuma ação por parte do governo federal foi tomada para solucionar o problema.
Em sessão da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado realizada na segunda-feira (26), Marcelo Queiroga, declarou que o suposto atraso das segundas doses, em parte, é culpa dos governadores e prefeitos do país. “A aplicação da 2ª dose tem sido impedida por governadores e prefeitos e agora, em face do retardo de insumo vindo da China ao Instituto Butantan, há uma dificuldade na aplicação desta dose”, disse Queiroga.
Dezenas de municípios já paralisaram a aplicação das segundas doses na população. É o caso de cidades como Maceió (AL), Porto Alegre (RS), Niterói (RJ) e outras dezenas de municípios. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Municípios (CNM), mais de 1.400 cidades brasileiras seguiram a orientação do governo federal e não realizaram a reserva das doses para a segunda rodada de imunização.