No dia 22 de julho, por decisão do Comitê Central, fui eleito para desempenhar a função de Secretário de Política e Relações Internacionais do nosso glorioso Partido Comunista do Brasil, acumulando estas novas funções com as que já exerço como vice-presidente nacional do PCdoB.

Por Walter Sorrentino*

É uma imensa responsabilidade. O Internacionalismo é parte do DNA comunista e um dos princípios fundadores do nosso partido.

Sucedo nesta pasta a José Reinaldo, dirigente que durante muitos anos esteve à frente da Secretaria de Relações Internacionais, conduzindo-a com competência no rumo das orientações partidárias. No último período da longa trajetória do PCdoB, também Ricardo Abreu Alemão atuou como responsável pela Secretaria durante seis anos, mantendo a alta qualidade de nossa intervenção.

Como preconizado por nossa atualizada Política de Quadros, documento aprovado no Congresso partidário em 2009, praticamos a permanência – de linhas partidárias – com a renovação dos quadros, alternando-os regularmente em suas funções dirigentes.

Fruto das orientações partidárias que guiaram nossa atuação internacional, o PCdoB, nos diversos espaços multilaterais da esquerda e do movimento comunista, goza de grande prestígio, tanto por sua capacidade de formulação quanto por ser um partido com inserção social e influência política, colocando ambas a serviço dos interesses do povo e da nação.

O Internacionalismo e o Programa Socialista

Em todos os campos da ação partidária temos como norte o Programa Socialista do PCdoB e em nosso trabalho internacional não é nem pode ser diferente.

Como se sabe, o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento é o caminho brasileiro para o socialismo, segundo propõe o PCdoB.

No entanto, dada a importância geopolítica do Brasil, a consecução do NPND só será possível em um outro ambiente mundial, diverso do que vivemos hoje.

Ao lado da permanente busca por fortalecer a unidade e prestígio da esquerda em geral – e do movimento comunista em particular – e da constante atuação em prol das lutas históricas do internacionalismo – denúncia das guerras e da indústria da guerra, defesa de Cuba e dos países socialistas, solidariedade aos povos oprimidos, como é o caso do povo palestino, combate ao colonialismo, etc. – todas elas bandeiras irrenunciáveis, devemos elevar nossa compreensão sobre o intrincado – e por vezes contraditório – emaranhado que conforma a rede de relações internacionais, contribuindo, dentro dos limites da nossa força e influência, para impulsionar as visões favoráveis à multipolaridade, à não ingerência nos assuntos internos de outras nações e à resolução pacífica dos conflitos.

Colocar o trabalho internacional do Partido a serviço da construção de um ambiente mundial onde o espaço para sanções, bloqueios e agressões militares seja cada vez mais reduzido é contribuir diretamente para viabilizar nosso objetivo estratégico.

Neste sentido joga grande papel o trabalho de internacionalismo de massas exercido por nossa militância no Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e no Conselho Mundial da Paz (CMP) onde, Socorro Gomes, integrante de nosso Comitê Central, ocupa a presidência.

Um Grande Desafio

A densidade e complexidade da conjuntura internacional exige dos comunistas a constante capacidade de produzir análises que sejam coerentes com o internacionalismo proletário e consentâneas com o nosso tempo nos marcos de uma nova luta pelo socialismo.

Tenho diante de mim, portanto, um grande desafio. Para enfrentá-lo com êxito conto com todo o patrimônio teórico e prático que o PCdoB acumulou durante décadas de atuação internacionalista, além do apoio fundamental da inteligência coletiva partidária, chamada a desbravar os caminhos do socialismo do século 21.

*É vice-presidente nacional do PCdoB e secretário de Política e Relações Internacionais