O período de campanha eleitoral oficial começou com a eleição polarizada entre dois campos: os que agem pelo o aprofundamento do golpe e continuidade das políticas neoliberais implementadas por Temer, de um lado, e os que resistem, defendendo os direitos do povo, o desenvolvimento soberano e o aprofundamento da democracia, de outro, que agora se apresentam como perspectiva de novo futuro para o povo, haja vistas ao crescimento de Lula em todas as pesquisas.

Por Walter Sorrentino*

Com tantas notícias tristes para nosso povo, como os números do IBGE que apontam que mais de 27 milhões de brasileiros estão desempregados ou subempregados, e que a economia não crescerá mais que 1% neste ano, fica difícil para o campo conservador defender abertamente suas propostas. De fato, eles atuam pela interferência do poder judiciário no processo, apressando o julgamento de impugnação da candidatura e tecem arbítrios para impedir Lula que lidera todas as pesquisas eleitorais.

A estratégia dos poderosos adversários é inequívoca: insistir no Estado de exceção judicial, cassar os direitos de Lula e impedir nossa vitória pela força. O 31 de agosto está inscrito como dia nefasto para a democracia brasileira, ombreando com o 24 de agosto que levou Getúlio Vargas ao suicídio. No dia 31 de agosto de 2016 se cristalizou o impeachment de Dilma Rousseff e, dois anos depois, sexta-sábado passados, a impugnação de Lula candidato à presidência.

O PCdoB se posicionou claramente nesse jogo. Priorizou a coesão de um bloco político social popular construído ao longo de trinta anos, e que inclusive, conquistou as quatro últimas eleições consecutivas. Manuela D´Ávila, após vitoriosa pré-campanha presidencial, será indicada vice-presidenta na chapa PT-PCdoB. O PCdoB prioriza a eleição do governador que está revolucionando o Maranhão, Flávio Dino, e prestigiará os objetivos eleitorais do partido em todos os estados do Brasil.

A eleição não está definida, mas é necessário ousar vencer. Com a força de Lula, e com Haddad-Manuela o caminho está posto. Por isso o desespero dos golpistas. A estratégia da nossa vitória corre contra o tempo, mas conta com a transferência de votos de Lula se, afinal, for impedido de fato à candidatura após os últimos recursos jurídicos. O prazo fatal é 11 de setembro.

É nesse vento que o PCdoB perseguirá seus objetivos eleitorais, o primeiro dos quais protagonizar com Manuela vice-presidenta de Lula ou Haddad os rumos da vitória presidencial.

O partido lançou candidaturas majoritárias a governador, vice e ao Senado em diversos Estados. Assim, triplicou o número de candidatos a vice-governador e dobrou a quantidade de candidatos ao senado, sempre em relação a 2014. O PCdoB tem candidatos a vice em nove estados, inclusive em dois estados em que o governador vai à reeleição (Minas Gerais e Pernambuco), e candidatos a senador em quatro estados, com destaque para a desafiadora reeleição de Vanessa Grazziotin no Amazonas e da eleição da ex-reitora da UFMT Maria Lúcia Neder, em Mato Grosso. Em 2014 foram três candidaturas a vice e duas ao senado.

Apoia, em onze estados, candidatos a governador do PT e, em cinco estados, do PSB; além disso apoia candidaturas do PDT, MDB, PSD, PV, REDE, PP e PR em outras nove unidades da federação, sempre buscando a melhor forma de posicionar os comunistas no enfrentamento ao campo conservador.

Mas o objetivo maior, de eleger deputados e deputadas federais, face ao arbítrio das cláusulas de desempenho, foi o esforço maior de montagem do projeto. Ainda que o processo de registro das candidaturas esteja sendo analisado pelos TRE’s e possa sofrer alterações, em 2018 houve um aumento de 62% no número de candidatos a federal em relação à 2014 e um total de 127 candidatos pediram registro pela legenda 65, sendo 81 homens e 46 mulheres.

As candidaturas estaduais tiveram a inscrição de 437 homens e 201 mulheres totalizando 638 registros.

Dessa forma, o PCdoB inscreveu 36,21% de candidatas mulheres para a Câmara dos Deputados, e 31,50% de candidatas para as Assembleias Legislativas, ultrapassando o mínimo exigido pela legislação brasileira, ou seja, no total de candidaturas proporcionais e majoritárias dos comunistas, 32,78% são de mulheres.

Lançou também candidatas mulheres ao governo no Amazonas, a vice no RS, MG, PE e no PA e ao Senado no AM e em MT. Com os suplentes de senador, são 25 candidaturas majoritárias, sendo 12 delas femininas e 13 masculinas, ou seja, 48% do total.

A batalha se vence na campanha

Resta pela frente, por cinco semanas concentradas, a campanha vibrante, mobilizadora, militante e popular do PCdoB. Polarizada com a continuidade do governo Temer com o programa da candidatura de Alckmin e em torno das saídas para a crise do país – econômica, política e institucional.

Um chamado importante às forças democráticas, progressistas, dos segmentos avançados da sociedade: o voto democrático nos candidatos do 65 é uma garantia para um Congresso mais combativo e por um PCdoB forte, para uma esquerda mais plural e forte no Brasil. Esta é uma hora de ascenso do autoritarismo contra as forças populares e o PCdoB mostrou garra, fibra e habilidade para ajudar a conduzir as forças políticas e sociais das forças de esquerda e progressistas para acumular forças e ousar vencer a quinta eleição presidencial consecutiva.

*É vice-presidente nacional do PCdoB e secretário de Política e Relações Internacionais 

**Colaborou Rovilson Portela