Wadson Ribeiro, pré-candidato a prefeito de BH e presidente estadual do PCdoB em Minas Gerais

O presidente estadual do PCdoB e pré-candidato à prefeitura da capital mineira, Belo Horizonte, Wadson Ribeiro, concedeu entrevista à Rádio Super, nesta terça-feira (05). No programa ‘Café com política’, Wadson falou da expectativa de construir propostas que façam Belo Horizonte dar “um novo saldo de qualidade na promoção de políticas públicas, desenvolvimento econômico e na qualidade de vida”.

“Nossa percepção é de que a cidade pode mais!”, afirmou o pré-candidato, destacando o que considera o grande desafio de BH: “minha obsessão é a geração de emprego”. Ele pondera que cerca de 40% da força de trabalho da cidade está no serviço público, o que a segura diante da crise Nacional. Contudo, na avaliação da Wadson, esse é um modelo já exaurido e é fundamental atrair investimentos para a cidade.

Unificação da esquerda em BH

Wadson explicou que o PCdoB vive um momento de “muito entusiasmo” com a incorporação do PPL, o que deu mais força ao partido. A legenda está trabalhando em torno de um bom programa para o governo de BH e pretende ampliar para sua bancara para ao menos dois vereadores – hoje Belo Horizonte conta com um vereador comunista. Na opinião do presidente da legenda em Minas, é o programa político que deve unir a esquerda.

“A partir do programa vamos discutir com outras forças políticas. Você há de se lembrar que o PCdoB, nas duas últimas duas eleições, emprestou grandes nomes, como é o caso da ex-deputada federal Jô Moraes para ser vice: tanto na disputa da prefeitura de BH em 2016 e quanto na chapa de Pimentel no governo do estado. A unidade é boa, mas não pode ter um único partido encabeçando a unidade. A esquerda tem que se unificar por um programa político e depois deve haver abertura entre partidos de rotatividade, alternância. Não é razoável que um partido faça apelo pela unidade, mas sempre encabece a chapa”, ponderou.

Política com “P” maiúsculo

O pré-candidato, que vive em Belo Horizonte há 15 anos, deseja também que a campanha de 2020 seja o momento de amplos debates para “resgatar a “Política” com P maiúsculo”.
“Precisamos resgatar a boa política. Quero fazer esse debate. Tem uma geração de brasileiros que tem que compreender que não há democracia sem política e a minha campanha vai ser também este espaço de fazer um debate político sobre o momento que o Brasil vive, que o estado de Minas vive, e da cidade”, afirmou.

Questionado sobre as dificuldades de um político da esquerda gerir um estado e um país governados pela direita, Wadson lembrou do exemplo do Maranhão e foi enfático na missão republicana por trás dos cargos eletivos.

“Flávio Dino, do meu partido, é governador do Maranhão e colhe os melhores índices na educação e na segurança pública. Uma coisa é eleição e cada partido expõe suas ideias. Outra coisa são as relações institucionais, que precisam ser estabelecidas depois da eleição. Quem não entende hoje essas relações é o presidente Jair Bolsonaro. Ele atacou os nordestinos, os governadores do Nordeste. Minimamente quem preserva a democracia sabe que deve haver respeito entre as esferas federal, estadual e municipal. E tenho certeza que, mesmo com a minha posição política, esse respeito se dará e vou buscar essa relação institucional”, garantiu.

Wadson também criticou os planos de privatização de empresas públicas do estado pelo governador Romeu Zema (Novo-MG).

“As privatizações vão tornar o estado mais empobrecido. A Assembleia está diante de um grande desafio. Não tem resposta fácil. Privatizar e penalizar servidor é falsa saída. É preciso atrair investimento pro estado”, apontou.

Assista a seguir a entrevista completa: