Vereador Leonel Brizola Neto (PSOL-RJ) (Foto: reprodução das redes sociais)

Uma homenagem feita pelo vereador Leonel Brizola Neto (PSOL) à República Popular da Coreia, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, deu início a um processo de patrulha ideológica por parte da direção do partido contra o vereador. Em nota, o Diretório Municipal afirmou que “esta ação não foi construída coletivamente pela bancada e não representa a posição do partido”. Diversos integrantes do partido pediram a expulsão do parlamentar.
“O líder da Coreia do Norte é acusado de inúmeras violações de direitos, dentre elas, perseguições políticas, prisões arbitrárias e restrições às liberdades de expressão e de imprensa”, diz ainda o texto, repetindo as acusações da extrema direita americana, gestadas nos porões do Departamento de Estado e nas dependências da CIA contra o regime socialista da República Popular da Coreia.
Brizola Neto respondeu às críticas argumentando que não se pode isolar e discriminar a Coreia do Norte e diz que a moção “foi motivada pelas conversas de paz estabelecidas na Península ao longo do ano de 2019”.
“A unificação e desnuclearização da região é de interesse global. […] Com base na autodeterminação dos povos, é vital que tenhamos boas relações com Pyongyang e que possamos usar o histórico de paz e concórdia que o Brasil acumulou através dos tempos para contribuir nesse processo de pacificação”, disse.
Esta é a segunda vez em poucos dias que o PSOL se alia objetivamente aos interesses norte-americanos contra povos que lutam contra a opressão capitalista. Recentemente, diante de “manifestações” comandadas por marionetes de Washington que agem em Hong Kong para separar a antiga colônia inglesa da China, “manifestantes” carregando a bandeiras americanas e inglesas, pedindo a intervenção da Casa Branca no antigo protetorado inglês, foram saudados pela direção do PSOL como “defensores dos direitos civis”.
“Nos últimos dois meses a população de Hong Kong tem ocupado às ruas da região chinesa semi-autônoma em enormes manifestações em defesa dos direitos civis, enfrentando tanto a dura repressão policial como a violência de gangues ligadas à máfia supostamente apoiadas pelo governo”, diz a nota. “Desde o Brasil, nós do PSOL nos solidarizamos com a juventude em luta na região autônoma de Hong Kong e expressamos nosso apoio à resistência contra o autoritarismo e a violência policial que hoje ameaçam esta população”, dizem os “socialistas” brasileiros.