Apagão em Caracas. Cortes de energia se tornaram uma rotina na Venezuela - Efecto Cucuyo

Vastas áreas de Caracas e ainda vários Estados da Venezuela ficaram sem energia elétrica durante horas, na terça-feira, 20. O apagão paralisou as três linhas do Metrô da capital venezuelana, deixando milhares de pessoas sem transporte, sem serviços e comércio.

A empresa estatal Corporação Elétrica da Venezuela (Corpoelec) informou que o problema ocorreu por conta de uma “avaria” sobre a qual não deu detalhes, e que a equipe da empresa recuperaria o serviço.

O incidente, segundo as rádios locais e internautas, afetou o Distrito da Capital, e os Estados de Miranda, Zúlia, Yaracuy, Guárico, Barinas, Trujillo, Vargas, Portuguesa, Monagas, Falcón e Lara.

As falhas elétricas deixaram o país às escuras em cinco oportunidades neste ano, em apagões aos quais o governo de Maduro atribui sabotagens de seus adversários políticos, mas que especialistas afirmam que são fruto da falta de manutenção e investimento na infraestrutura elétrica e também da corrupção que impera no setor.

Em 7 de março deste ano, um problema numa usina hidrelétrica deixou Caracas e 22 Estados sem energia durante quase uma semana. O governo atribuiu o desastre a uma tentativa de desestabilização, chegando a falar em “guerra elétrica”. Entretanto, os cortes se tornaram uma rotina na Venezuela. O serviço funciona em condições de máxima precariedade há anos.

A nação, com uma das maiores reservas de petróleo do mundo, vive em recessão há cinco anos em meio a um cenário de hiperinflação, o que tem prejudicado a renda da população e suas condições de vida.

Em 2018, o PIB venezuelano caiu 18%. Desde 2015, o Banco Central da Venezuela (BCV) não publicava seus indicadores econômicos. Em 29 de maio, o site da instituição revelou uma queda de 52,3% no produto interno bruto (PIB) desde 2013, quando  Maduro foi eleito presidente.

Nicolás Maduro informou, na quarta-feira, 21, que mantém contatos com o governo dos Estados Unidos para enfrentar as medidas coercitivas impostas e as ameaças de um bloqueio naval e aéreo por parte de Donald Trump.

” Confirmo que desde há meses há contato de altos funcionários de Trump com funcionários do governo que eu presido para buscar regular este conflito. Por um processo de regularização do conflito com o império norte-americano”, expressou em transmissão conjunta de rádio e televisão.

Reiterou que a aproximação entre a Administração Trump e seu governo acontece sob sua “autorização expressa, direta, vários contatos, várias vias, para buscar regular este conflito”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já tinha declarado na terça-feira, 20, que seu governo mantém conversações “em nível muito alto” com funcionários da Venezuela.

“Estamos em contato, estamos falando com vários representantes na Venezuela”, disse Trump a jornalistas, ao ser consultado sobre uma reunião da Casa Branca com o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello, considerado o aliado mais importante de Maduro.