Vendas de imóveis do programa Casa Verde e Amarela recuam 19,9%
Para o público de renda mais baixa ficou ainda mais difícil realizar o sonho da casa própria. Os lançamentos de habitações populares pelo programa Casa Verde e Amarela de Bolsonaro caíram 18,1% no terceiro trimestre na comparação com o mesmo trimestre do ano passado e as vendas recuaram 19,9% no mesmo período. Na comparação com o trimestre anterior, as vendas caíram 15,3%, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Com a inflação acima dos dois dígitos e a taxa básica de juros (Selic) em escalada, as vendas de imóveis no geral caíram 9,5% no terceiro trimestre comparado ao mesmo período do ano passado e recuaram 11,2% em relação ao período anterior. Diante desse quadro, a CBIC projeta redução de lançamentos e vendas de imóveis para 2022.
“A piora da percepção em relação ao mercado imobiliário deveu-se à queda, pela metade, das contratações de financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em outubro e novembro, disse o presidente da CBIC, José Carlos Martins.
Em outubro, os bancos concederam R$ 17,156 bilhões em crédito imobiliário, recuo de 3,9% em relação a setembro, segundo números da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Os financiamentos com recursos do FGTS seguem em declínio, com queda de 14% até 9 de dezembro, para R$ 44 bilhões, na comparação anual, deixando cada vez mais distante o sonho da casa própria.
A alta dos juros compromete a já minguada renda do brasileiros num cenário de desemprego e inflação desenfreada. Impulsionada pelo seguidos aumentos nos preços dos combustíveis pelo governo e pela forte desvalorização do real frente ao dólar, a inflação acumula alta de 10,74%, em 12 meses, até novembro. Já a Selic, depois de sete altas seguidas pelo Banco Central (BC), está nos atuais 9,25%. O governo Bolsonaro lidera o maior ciclo de altas da Selic desde 2002, com o país em recessão e com o desemprego recorde. A este quadro, os bancos já respondem com mais encarecimento do financiamento imobiliário.
Além dos juros altos para o consumidor, o custo do imóvel também aumentou. O Índice Nacional de Construção da Fundação Getulio Vargas acumula alta de 13,68% no ano le de 14.69% em doze meses. Parte do custo é repassado no preço do imóvel.
O custo de construção do imóvel também aumentou. O Índice Nacional de Construção da Fundação Getulio Vargas acumula alta de 13,68% no ano e de 14.69% em doze meses. Parte do custo é repassado no preço do imóvel.