Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.

As vendas do comércio varejista registram uma queda de -7,4% no acumulado de janeiro a junho, incluindo o chamado varejo ampliado, que soma aos demais setores as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção. Foi a primeira variação negativa desde o segundo semestre (-8,1%) do ano de 2016.

Sem esses itens do varejo ampliado, a variação negativa ficou em -3,1%, sendo a mais intensa desde o segundo semestre de 2016 (-5,6%).

Os segmentos que mais impactaram esse resultado negativo foram os grupos de Tecidos, vestuário e calçados com -38,9%; Combustíveis e lubrificantes com -12,4%; Livros, jornais, revistas e papelaria -28,7%; Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação -22,9% e Veículos, motocicletas, partes e peças -21,8%.

Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada na quarta- feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da queda geral, dois dos dez segmentos varejistas que compõem a pesquisa, obtiveram algum crescimento nessa comparação. Hipermercados e supermercados (6,3%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (5,3%).

A pandemia provocou o colapso de uma economia que já se encontrava estagnada, com um crescimento médio de 1% ao ano nos últimos três anos, mas que não conseguiu recuperar a queda de -6,7% na recessão registrada nos 11 trimestres entre abril de 2014 e dezembro de 2016.

Os números da pesquisa vão confirmando essa realidade mesmo sem conseguir captar os efeitos da crise que atravessamos junto a milhões de negócios das micro e pequenas empresas, somados ainda aos informais, cujos indícios são de efeitos ainda mais perversos. A PMC acompanha receita bruta de revenda apenas de empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas.

Os dados mensais da pesquisa trazem números melhores, e considerando-os com os dados semestrais conclui-se que os próximos trimestres é que darão com mais precisão a temperatura e pressão da travessia que estamos fazendo.

O volume de vendas do comércio varejista ampliado teve um resultado de mais 12,6% no mês de junho em relação a maio e na comparação com junho de 2019 ficou em -0,9%.

Excluídas as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção, o volume de negócios do comércio varejista teve um resultado de +8,0% de junho sobre maio e +0,5% em relação ao mês de junho de 2019.