A líder do PCdoB no Senado, Vanessa Grazziotin (AM), criticou as medidas do governo de Michel Temer para solucionar a paralisação dos caminhoneiros, durante discurso realizado na tribuna do Senado, nesta segunda-feira (28). “Não vai ser essa medida que vai parar, resolver ou estancar os problemas do Brasil, por várias razões gravíssimas”, frisou.

Para a senadora, muitos brasileiros e brasileiras já estão percebendo que essa medida não vai mudar para quem anda de carro no dia a dia. “É óbvio que vamos viver um problema em cascata”.

Vanessa ressaltou que a redução de 0,46 centavos por litro só envolve o preço do óleo diesel e não atinge a gasolina, o gás natural e o gás de cozinha. “O povo vai continuar pagando caro e tendo que se sujeitar aos aumentos diários do valor da gasolina”.

“O governo anunciou a redução de 0,46 centavos por litro do óleo diesel neste domingo. Mas, segundo o governo, esses 0,46 centavos não pode ser bancado pela Petrobras, portanto, terá que ser bancado pelo governo”.

“Michel Temer anuncia duas medidas que deverão ser tomadas. Ele disse que dos 0,46 centavos que serão baixados no valor do óleo diesel, 0,16 centavos deverão ser cobertos por um projeto de reoneração da folha de pagamento (que está sendo votado no Senado Federal). Ou seja, 0,16 centavos serão cobertos pela reoneração dos impostos na folha de pagamento. E não sei se eles mantiveram com exceção da área de frete”, explicou.

“Imagina o que os outros setores da economia não vão fazer também. Ou se vão aceitar pacificamente e calmamente que apenas um setor seja excluído dessa reoneração”.

Vanessa explicou que os outros 0,30 centavos, o governo quer que o povo brasileiro pague a conta. “Vai cair nas costas do orçamento geral da União, que é um recurso público distribuído nas áreas de educação, saúde, habitação, moradia, enfim, de infraestrutura. Eles querem penalizar o conjunto da população brasileira”.

A senadora afirmou que a população brasileira não pode aceitar isso de maneira nenhuma.

Vanessa Grazziotin contou que todos os senadores foram convocados nesta segunda-feira (28), para votar o projeto de lei (PL) 121, que prevê um preço mínimo para o frete rodoviário no Brasil.

“Ocorre que a Presidência da República editou uma medida provisória (MP), transformando em lei por MP o conteúdo do projeto 121. Ou seja, editaram uma MP substituindo a função do Parlamento brasileiro, em especial, o Senado Federal”, relatou.