Vanessa Grazziotin: “Sou contra todas as reformas impostas por Temer”
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) criticou as reformas impostas pelo governo Temer no Congresso, em entrevista à TV Senado, divulgada nesta segunda-feira (4). “Lamentavelmente a gente vê que (…) na realidade todo esse conjunto de reformas é no sentido de concentrar mais a renda e retirar os direitos dos trabalhadores, além do atentado que faz a nossa soberania, a capacidade do Estado se desenvolver por um caminho soberano.”
“Infelizmente, a Reforma Trabalhista já começou a vigorar no dia 11 de novembro deste ano” e explicou que o texto base apresentado pelo governo de Temer foi aprovado pela Câmara dos Deputados, mas que ele havia se comprometido a mudar alguns pontos por meio de vetos e por Medida Provisória (MP).
“A primeira palavra ele não cumpriu, porque sancionou a lei sem nenhum veto sequer. Nós tínhamos muita esperança de que o item das mulheres, aquele que prevê possibilidade da gestante e lactante trabalhar em lugares insalubres, fosse vetado, e não foi. Ele deixou de cumprir a palavra não só em relação aos senadores da República, mas perante o Brasil como um todo”.
A senadora explica que a MP que Temer editou dias depois da lei entrar em vigor, piora ainda mais a situação. “Por exemplo, a situação das mulheres gestantes e lactantes. Se a mulher se afastar do trabalho, perderá o adicional de insalubridade, prejudicando o orçamento familiar. Isso é uma barbaridade”.
Regime intermitente
Outro ponto que Vanessa levanta, é a situação previdenciária dos trabalhadores contratados pelo regime intermitente, ou seja, o trabalhador contratado por horas. “A MP diz que se no final do mês o que o trabalhador ganhou não somar o valor do salário mínimo, quem terá que pagar a diferença para a previdência social é o próprio trabalhador”. A MP também diz que o trabalhador intermitente não terá direito a seguro-desemprego.
“Quanto lutávamos contra o golpe, dizíamos que o objeto não era só suspender o mandato de quem foi eleito democraticamente, muito menos de se aprofundar na Lava Jato ou tirar o país da crise. O objetivo era tomarem o poder para fazer exatamente o que estão fazendo! Esse é o verdadeiro golpe! Um colega nosso verbalizou isso de uma forma muito competente e simples, dizendo o seguinte: Era necessário um governo não democrático para encaminhar reformas que jamais um governo eleito poderia encaminhar, como a Reforma da Previdência Social e essas tantas reformas que estamos vendo. É lamentável. O objetivo deles é muito claro, seja de quem está na cadeira da Presidência da República ou da maioria que está aqui no Congresso Nacional”. Questionada como barrar esses retrocessos, Vanessa afirma: Com uma grande mobilização popular.
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Da redação