Vanessa Grazziotin: O dia das mães
Dia de filhas e filhos abraçarem suas mães.
Dar à elas carinho, amor, pelo menos parte do que receberam.
Por Vanessa Grazziotin*
Num momento inédito para a nossa geração, em plena pandemia do coronavírus, vivemos um segundo domingo de maio diferente, na forma, mas no conteúdo, principalmente.
Mesmo distantes, creio que estamos mais próximos de nossas mães e filhos. Incrível, a distância parece nos aproximar.
Não nos encontraremos em nenhum restaurante, e até nem mesmo na casa da mãe, para o tradicional almoço, onde reúnem-se todos, avós, mães, filhos, netos e os agregados.
Não! Esse dia das mães é diferente, e por isso, um dia especial.
Um dia de mais reflexões, de menos presentes.
Para muitas mães, filhas e filhos, um dia triste pela distância que os separa, mas, nessa distância, já tão longa, podemos cultivar sentimentos, lembranças. Temos o tempo que raramente tivemos, um tempo que nos leva aos álbuns de fotografia, aos arquivos de computador, ou simplesmente à nossa memória.
Rever nossa infância, nossa juventude. Nos ver como filhas, como netas, como mães! Nos ver como seres humanos!
Seres humanos que enxergam para além de seu núcleo, de sua família.
Seres humanos que veem que vivemos em coletividade, que estamos ladeamos de muita gente; gente que não conhecemos, não convivemos, mas das quais dependemos.
E, nesse universo, para além de nós, além de ver, precisamos entender que todas ao nosso redor também são avós, mães e filhas.
Gente que sente como nós, que sonha como nós. Muitas cujo mais forte desejo é que seus filhos e filhas tenham as oportunidades que nunca tiveram.
Que esse diferente dia das mães nos traga a consciência, principalmente à nós, que tivemos oportunidades, de que devemos também dedicar nosso tempo para a solidariedade, para a luta pela construção de um novo mundo.
Sim, apesar de tudo um novo mundo é possível! Um mundo de paz, de solidariedade, de fraternidade, de igualdade!
E esse não é o mundo capitalista que vivemos hoje, onde coisas valem mais que causas, patrimônio mais q pessoas.
Não! Nesse mundo jamais haverá a verdadeira felicidade.
Que nossa luta nos leve ao caminho da construção desta nova sociedade. A sociedade socialista!