A líder do PCdoB no Senado, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez uma declaração nesta sexta-feira (7), alertando sobre a movimentação entre o PSDB e o DEM com o intuito de empurrar o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ)  no lugar de Temer na Presidência do Brasil.

“Em Brasília, essa semana o clima foi de muita tensão, o quadro mudou muito rapidamente. Tudo indica que o partido do Rodrigo Maia, presidente da Câmara, esse que eles chamam de DEM, mas na verdade é o PFL, o partido dos ruralistas, o partido mais atrasado que tem no Brasil, está unido na ideia da retirada do presidente Temer do poder para que ele [Rodrigo Maia] assume a presidência da República”, denunciou.

Para a senadora não devemos aceitar Rodrigo Maia na presidência da República, pois tanto ele quanto Temer não representa os interesses da população brasileira. Segundo Vanessa, “Temer não se sustentará no poder”, porque está envolvido diretamente nos escândalos de corrupção.

A opinião da senadora é que mais denúncias contra o presidente surgirão, “o que virá brevemente pela frente é extremamente grave”, afirmou Vanessa.

“ O presidente Temer, não reúne condições de continuar no poder, mas por outro lado, Rodrigo Maia também não e sabe por quê? Porque eles todos se juntaram para promover um golpe contra a democracia brasileira. Não foi contra a presidenta Dilma. ”

Volta do projeto neoliberal

Para a senadora, o fator que uniu a direita para dar um golpe no Brasil foi a agenda ultraliberal. “É aquele que volta as privatizações e tiram os direitos dos trabalhadores. Veja enquanto tudo isso acontece, o Brasil está em efervescência. O senado marcou para terça-feira a votação da reforma trabalhista. Eles têm a cara de pau, não tem o menor pudor e escrúpulo, e dizem que essa reforma é modernizante. ”

Reforma trabalhista

A líder do PCdoB que vem junto a outros senadores na tentativa de barrar a reforma trabalhista que está em tramitação na casa, explica que a proposta de reforma do governo Temer pode trazer inúmeros prejuízos para a classe trabalhadora.  “O que essa reforma vai fazer é precarizar os postos de trabalhos que já existem, ou seja, os trabalhadores que tem carteira de trabalho assinada, eles vão demitir essas pessoas e exigir que elas se transformem em autônomo, e através de um trabalho exclusivo e contínuo, serão empregados, terão um patrão, mas não terá a carteira de trabalho assinada, décimo terceiro, férias, FGTS, seguro desemprego. A reforma leva o Brasil e a situação do povo ao início do século passado, enquanto os trabalhadores não sabiam nem o que era carteira de trabalho, não tinha nenhum direito. ”

Diretas já

Por fim, a senadora comunista afirma que apenas a população tem o poder de transformar esse cenário se mobilizando no intuito de pedir “Diretas Já”. “Estou aqui olhando com os olhos de quem está lá dentro daquele ninho, nada vai mudar se a população não se mobilizar.”