Vanessa Grazziotin: debate sobre reforma trabalhista segue no Senado
Nesta quarta-feira (4), o Senado aprovou um requerimento de urgência para a votação da reforma trabalhista, com 46 votos a favor e 19 contra. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) que é contra a reforma trabalhista, ressaltou que apesar do regime de urgência ter sido aprovado na sessão do dia de ontem [4], os senadores terão a possibilidade de debater pelo menos o mínimo da matéria ainda nesta quarta-feira.
Segundo a senadora, a pauta sobre a reforma trabalhista deve ser debatida até às 22 horas desta noite. “Todos os inscritos terão o direito à palavra, mas agora se repetir o que aconteceu nas comissões, apenas nós que somos contrários ao projeto, vamos usar a palavra. Sabe por que? Porque mesmo aqueles que defendem, eles não são a favor do projeto. Vocês podem perguntar “Como assim, defendem mas não são a favor do projeto?” É isso mesmo, eles defendem a aprovação do projeto, mas não defendem o conteúdo porque ele é muito ruim.”
O texto da proposta será votado na próxima terça-feira (11), mas a senadora alerta o quão prejudicial o projeto é para os trabalhadores. “[Os governistas] sabem que o conteúdo não é só danoso para os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras, o conteúdo é ruim para o próprio Estado brasileiro, porque destrói as finanças públicas e a previdência social.”
Vanessa Grazziotin acredita que os trabalhadores mais simples são os que vão perder os seus direitos. A base governista que representa o empresariado brasileiro quer ampliar o número de trabalhadores terceirizados. “Aqui no Senado nós temos exemplos, quantas empresas terceirizadas fecham e não pagam o direito dos trabalhadores? Eles querem transformar todos os trabalhadores em terceirizados ou autônomos. Eles não tem coragem de falar uma vírgula sobre esse projeto”, criticou.
Assim que a proposta foi aprovada no Senado, o deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS), metalúrgico de profissão, afirmou durante encontro com sindicalistas em Brasília, que a sociedade brasileira atual é “altamente avançada tecnologicamente” e, ao mesmo tempo, retrocede “ao século 19 do ponto de vista da legislação trabalhista”.
Para os sindicalistas, a reforma trabalhista proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer é nociva à classe trabalhadora, pois retrocede nos direitos conquistados. A proposta altera mais de cem artigos da CLT, libera as negociações trabalhistas e que prevaleça o acordado sobre o legislado e esvazia o papel da justiça do trabalho.