Vanessa desafia Bolsonaro a anunciar revogação de atos contra ZFM
“Não há momento melhor para Bolsonaro anunciar a revisão dos atos que atacam a Zona Franca de Manaus”, afirmou a pré-candidata a deputada federal e ex-senadora, Vanessa Grazziotin (PCdoB), sobre a participação do presidente na Marcha para Jesus que aconteceu neste sábado (28) em Manaus. “É uma grande marcha em defesa da família, da vida, da paz, uma marcha de muita fé”, disse.
Grazziotin e um grupo de pessoas ligadas ao partido comunista promoveram, no bairro Parque Dez, na zona centro-sul de Manaus, um ato contra os decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL) que ameaçam a competitividade do modelo que gera 100 mil empregos diretos no Amazonas. Ela desafiou o presidente a anunciar a revogação dos decretos.
De acordo com a ex-senadora, os atos do PCdoB estão sendo realizados desde fevereiro, quando o presidente editou o primeiro decreto que cortou o IPI em até 25% para a maioria dos produtos, sem dispensar aqueles fabricados na ZFM. Mas, para Grazziotin, hoje é “um dia simbólico”, pois o presidente estará em Manaus para participar de um ato religioso.
“Estamos com esse movimento aqui no Amazonas, não só em Manaus, desde fevereiro, desde o momento em que o presidente editou o primeiro decreto que atinge futuramente a nossa competividade e pode levar, inclusive, à destruição e a saída das indústrias que geram empregos aqui”, disse Grazziotin.
“O presidente, após o decreto, garantiu a população que recuaria, que reveria e manteria as nossas condições de competitividade, mas, lamentavelmente, ele não apenas não cumpriu o que disse, como piorou ainda mais a situação. Então, foi preciso que o Poder Judiciário garantisse a nossa sobrevivência”, completou a pré-candidata.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que suspendeu a redução da alíquota do IPI para produtos fabricados na ZFM (Zona Franca de Manaus) já é alvo de um recurso apresentado pela AGU (Advocacia-Geral da União), órgão que representa o governo Bolsonaro.
No recurso, a defesa de Bolsonaro afirma que “a Zona Franca de Manaus não é um paraíso fiscal soberano” e que “não faz sentido sustentar um regime local de fomento industrial às custas da inanição [enfraquecimento] da indústria nacional como um todo”. O governo federal alegou que a distância da Amazônia em relação aos centros comerciais não é mais um problema.
Vanessa afirma que a decisão de Moraes é provisória e, por isso, “a luta deve continuar”. Neste sábado, para “marcar posição”, o grupo escolheu um lugar distante da marcha, que partirá da Praça da Saudades ao Sambódromo. “A gente não quer confronto, a gente quer conversar, dialogar, independente das posições políticas”, disse Vanessa.
“Hoje, sábado, é um dia simbólico porque o presidente estará aqui em Manaus para participar de uma grande marcha em defesa da família, da vida, da paz, uma marcha de muita fé. Eu acredito que não poderia haver momento melhor para ele anunciar a revisão dos atos que atacam a Zona Franca do que hoje durante a Marcha para Jesus”, disse Grazziotin.
“Quando a gente fala da família, não é só dizer que defende a família. Na prática, nós temos que agir em defesa da família. E defender a família é defender os empregos, é defender a saúde, é defender a educação, é defender homens e mulheres que trabalham e muitas mulheres inclusive para criar os seus filhos”, completou a pré-candidata.
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Fonte: Amazonas Atual