A líder do PCdoB no Senado, Vanessa Grazziotin (AM), concedeu entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, divulgada nesta sexta-feira (25), sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que garante 30% do fundo eleitoral e do tempo de campanha nas rádios e televisões para as candidaturas femininas.

Por que a decisão do TSE é positiva?

Essa mudança é importante justamente porque torna o repasse de dinheiro e o tempo de propaganda obrigatórios. É muito comum ouvirmos que mulher não quer participar da política, mas quer, sim. Só brasileira não quer participar? Não tem vocação para ela? Tem, sim. Temos mulheres atuando na política em todo o mundo, só aqui não têm vontade? Isso não existe.

Por que é tão difícil impulsionar candidaturas femininas?

As mulheres não entram na política porque ficam apagadas, porque não tem nada para elas. Um dos grandes obstáculos para uma mulher na política é a falta de espaço dentro do próprio partido. A primeira dificuldade é a visão machista dentro das direções partidárias, porque, deliberadamente, os homens acham que política é coisa de homem. Vemos mulheres participando da vida partidária, atuando na militância, mas elas não passam daí e agora vão passar.

Veremos efeitos já nas próximas eleições?

Infelizmente, não veremos tanto resultado nesse pleito. Temos poucas mulheres participando mesmo, mas a ideia é que uma puxe a outra.