Manuela e Rossetto disputarão segundo turno com Sebastião Melo e Ricardo Gomes

A candidata do PCdoB à prefeitura de Porto Alegre, Manuela d’Ávila, obteve 29% (187.262) dos votos e disputará o segundo turno das eleições no dia 29/11 com o ex-vice-prefeito Sebastião Melo (MDB), que teve 31,01% (200.280 votos), uma diferença de pouco mais de 13 mil votos.

A eleição na capital gaúcha teve alto índice de abstenções, 33%, além de 5,06% de votos brancos e 5,81% de nulos. O resultado saiu ainda no domingo (15) após horas de atraso na apuração devido a problemas técnicos do TSE. Além de ir para o segundo turno, o PCdoB reconquistou espaço na Câmara Municipal, com duas jovens mulheres negras, Bruna Rodrigues e Daiana Santos.

Em coletiva de imprensa on line, realizada logo após a confirmação do resultado, Manuela — acompanhada do vice Miguel Rossetto (PT) — destacou: “Vamos lutar para reencantar a cidade, para mostrar que existe política diferente, sem violência, sem agressão, e que essa política pode melhorar a vida dos homens e mulheres que moram aqui”.

Recado das urnas

Ao falar sobre o resultado, Manuela explicou: “percebemos que o primeiro turno deixa dois recados: primeiro, o de que a cidade quer construir um caminho diferente. Porto Alegre tomou a decisão de mudar os rumos. E queremos disputar que rumo será esse. Se nós queremos construir um caminho novo — que garanta vagas nas creches para as crianças das mulheres trabalhadoras, que garanta que o nosso povo viva em condições mais dignas e justas — ou se nós vamos voltar para um passado recente, de obras abandonadas, com anúncio de privatização da Carris, sem resposta para os problemas cotidianos do nosso povo”.

O segundo recado, conforme pontuou, está no alto índice de abstenções. “A maior escolha dos porto-alegrenses foi não votar. E nós acreditamos que este também é um debate para ser feito no segundo turno. Se de um lado vamos querer discutir qual caminho seguir, outro debate importante para nós é entender por qual razão a maior escolha da cidade foi não optar por um prefeito. As pessoas não têm saneamento no bairro e não votaram para prefeito; as pessoas têm a passagem mais cara do país e não votaram para prefeito; as pessoas têm 13 mil vagas faltando nas creches e não saíram para votar”.

Na avaliação da candidata, “isso tem relação direta com o baixo nível, a quantidade de violência, de mentira, de ataques que marcou o primeiro turno da eleição. Esses ataques foram dirigidos, sobretudo, para a nossa candidatura. E o resultado mais direto deles é a escolha das pessoas por não se envolverem na política num ano tão importante como este. Para nós, o segundo turno será um momento de debater a cidade”.

Manuela colocou ainda que o resultado desses ataques foi “a apatia, a negação da política, a ideia de que não vale a pena. Por isso, estamos propondo um pacto ao candidato Sebastião Melo: debatermos a cidade e seus problemas. E a partir disso a população fazer uma escolha justa e soberana”.

A partir desta segunda-feira, a campanha de Manuela e Rossetto deverá procurar apoios, entre os quais os das candidatas Juliana Brizola (PDT) e Fernanda Melchionna (PSol) e outros partidos e candidatos que disputaram o primeiro turno. “Nosso apelo para as novas parcerias que fizermos será pela  construção de um encantamento com a cidade. Vivemos uma crise econômica muito grave, temos muitos desempregados e desempregadas, temos uma parte grande das pessoas que vivem com renda emergencial, então, precisamos debater esses problemas”.

Para Manuela, a principal batalha do segundo turno é “encantar a cidade e dizer que vale a pena votar e que isso pode melhorar nossa vida nos próximos quatro anos”.

 

Por Priscila Lobregatte