Cientistas do Instituto Gamalaya modernizaram a Sputnik V

O diretor do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya da Rússia, Aleksandr Gintsburg, informou que os cientistas do centro realizaram desenvolvimento tecnológico, capaz de garantir, em dois dias, eficácia contra cepas variantes do vírus da Covid-19

A nova tecnologia modernizadora da Sputnik V segue usando o sistema de vetores de adenovírus, usado originalmente para a produção da vacina russa que começará a passar por ensaios clínicos nas três fases.

“É a mesma tecnologia baseada em vetores de adenovírus, onde na sequência de proteína S, com a estrutura inicial alterada, literalmente em um dia é sintetizada uma sequência nova e no dia seguinte é implantada dentro do vetor já usado. Praticamente, você tem uma construção de engenharia genética que pode ser usada como um medicamento de vacinação”, explicou Gintsburg.

“Se a vacina incrementada fornece o mesmo efeito de proteção adequado, mas contra uma nova cepa, é possível começar sua produção em massa. Espero que ações semelhantes sejam aprovadas em nosso país”, disse o cientista.

O diretor do Centro Gamaleya revelou que a Sputnik V produziu resultados expressivos contra novas mutações do coronavírus, incluindo variantes do Reino Unido e da África do Sul, e que o estudo e a pesquisa sobre os aprimoramentos prosseguem.

Além da Sputnik V, primeiro imunizante a ser registrado, a Rússia registrou a vacina EpiVacCorona, desenvolvida pelo Centro Estatal de Pesquisa de Virologia e Biotecnologia Vektor, e a vacina CoviVac, do Centro Federal de Pesquisas Chumakov.

Áustria anuncia aquisição de 1 milhão de doses da Sputnik

A Áustria está em negociações com a Rússia para comprar um milhão de doses da vacina Sputnik V. O primeiro-ministro Sebastian Kurz acredita que o país pode voltar à vida normal em três meses, desde que haja uma aceleração da campanha de vacinação, o que apenas será possível se Viena comprar a vacina russa, afirmou no sábado (3) durante coletiva de imprensa, segundo o jornal local Kleine Zeitung.

“Cada cidadão austríaco terá a oportunidade de receber pelo menos a primeira dose da vacina nos próximos 100 dias”, avaliou Kurz. “Se usarmos a Sputnik, podemos até acelerar o processo”, disse o chefe do governo.

O chanceler defendeu em comunicado que “não deve haver anteolhos geopolíticos em relação às vacinas”, pois “a única coisa que deve contar é se a vacina é eficaz e segura” e não “de onde vem”.

“Se a Áustria receber mais um milhão de doses da vacina, será possível um retorno mais rápido à normalidade e poderemos salvar muitas vidas, além de empregos”, enfatizou o político.

Dois países da União Europeia, Hungria, Eslováquia e República Tcheca, já importaram unilateralmente a vacina russa sem aguardar sua aprovação pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que iniciou o procedimento de revisão contínua do imunizante ainda em 4 de março e não tem prezo para concluir.