Legenda: A vacina se apresenta em forma liofilizada e já está na lina de produção - Foto: Sputnik

O Ministério da Saúde da Rússia informou em comunicado, no sábado (15) que “foi produzido o primeiro lote da vacina Sputnik V contra a infecção por Covid-19 desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya em conjunto com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo)”.

“Por uma resolução do governo, a primeira vacina contra o coronavírus registrada na Rússia foi incluída na lista de fármacos cuja distribuição é regulada pelo Estado, o que permitirá controlar seu abastecimento às regiões e ajudará a evitar a escassez”, diz o comunicado. O presidente Vladimir Putin, havia anunciado em 11 de agosto o seu registro.

A vacina se apresenta em forma liofilizada, como um pó que se mistura com um excipiente para dissolvê-lo e depois administrá-la.

Segundo a avaliação das autoridades de saúde do país, pelos resultados dos ensaios clínicos a vacina mostrou sua eficácia e segurança. Todos os voluntários desenvolveram imunidade contra a Covid-19, e não foram registrados efeitos secundários graves. A vacina poderia garantir a imunidade à Covid-19 por um período de até dois anos, de acordo com o Ministério, assinalou a Agencia Sputnik.

A vacinação em massa na Rússia começará em aproximadamente um mês, depois que a quantidade necessária de vacinas for produzida, afirmou Aleksandr Gintsburg, diretor do Centro Gamaleya.

“A vacinação massiva sofrerá um pequeno atraso, apenas porque a maior parte da vacina produzida inicialmente é destinada à investigação pós-registro. Depois disso, a parte restante será destinada à população. O atraso é de duas a três semanas, talvez um mês”, afirmou Gintsburg, citado pela agência Interfax.

A investigação será realizada na região de Moscou com a participação de dezenas de milhares de pessoas.

O presidente do Fundo Russo de Investimentos Diretos, Kirill Dmitriev, ressaltou que o órgão público que financiou a pesquisa já fechou acordos internacionais para produzir 500 milhões de doses anualmente, e recebeu pedidos de mais de 20 países para 1 bilhão de doses da vacina.

No Brasil, o governo estadual do Paraná assinou um acordo com Moscou para uma parceria futura.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSdoB) declarou, no dia 14, que o governador da Bahia, Rui Costa, está em nome dos nove Estados do Consórcio de Governadores do Nordeste, realizando as negociações junto com empresas e autoridades russas para garantir acesso à vacina.

“O governador do Estado da Bahia, onde se situa o Consórcio Nordeste, está em nome dos nove Estados do Nordeste tratando com empresas e com o Governo Russo um protocolo que nos garanta o acesso a este momento de experimento. E se Deus nos proteger por este caminho ou por qualquer outro, nos termos um diálogo visando um futuro no abastecimento do nosso Estado no que se refere a uma possível vacina que seja produzida naquele país ou qualquer outro. Neste caso, foi a Rússia que anunciou ter descoberto a vacina”, disse o governador do Maranhão.

“Junto aos nossos parceiros estrangeiros, estamos prontos para fabricar mais de 500 milhões de doses da vacina por ano em cinco países, e o plano é aumentar ainda mais a capacidade de produção”, afirmou.

A vacina russa foi batizada de Sputnik V, em referência ao pioneiro satélite soviético lançado nos anos 1950, que marcou o início da corrida espacial.

O ministro da Saúde, Mikhail Murashko, disse nesta semana que os médicos serão vacinados primeiro, e em seguida a vacina será disponibilizada para todos os russos de forma voluntária.