“Extensão do intervalo não afetará resposta da vacina”, diz Gintsburg, diretor do Instituto Gamaleya

O Instituto Gamaleya, que desenvolveu a vacina russa Sputnik V, anunciou, na segunda-feira (26), que é possível ampliar para três meses o intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose do imunizante.

Os desenvolvedores da vacina contra o coronavírus indicaram que a extensão desse período pode até potencializar e prolongar o seu efeito.

O Instituto disse ainda que apóia as recomendações feitas por “respeitados órgãos reguladores de saúde, como a Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia, ANMAT, da Argentina”.

Em um momento anterior, o Instituto Gamaleya tinha recomendado a aplicação da segunda dose da Sputnik V 21 dias após receber a primeira. A Argentina decidiu estender esse período com base em estudos que indicavam o que os desenvolvedores da vacina agora confirmam. A decisão foi tomada devido à necessidade de imunizar mais pessoas para reduzir as infecções.

“Dada a demanda excepcionalmente alta pela vacina entre a população, esta decisão aceleraria significativamente a imunização”, enfatizaram os desenvolvedores da Sputnik V. Eles esclareceram que cada regulador nacional deve decidir se estende o intervalo de aplicação.

“Estender o intervalo não afetará a resposta imunológica induzida pela vacina e, em alguns casos, irá intensificá-la e prolongá-la. Esta conclusão vem de nossa experiência no uso de vacinas usando a plataforma de adenovírus idêntica e, o mais importante, de campanhas de vacinação em massa bem-sucedidas na Rússia e em vários outros países”, assinalou Alexander Gintsburg, Médico, professor, Acadêmico da Academia Russa de Ciências, diretor do Centro de Pesquisas Gamaleya.