Vacina e vacinação para salvar vidas, por Flávio Dino
No momento em que enfrentamos a maior crise de saúde pública dos últimos 100 anos – a pandemia da Covid-19 – somos tomados pelo desafio de unir todos os esforços para alcançarmos soluções definitivas para o combate ao coronavírus. Ao contrário do desvairado movimento antivacinas que marca negativamente a nossa época, eu me somo aos que atuam para que a vacinação chegue ao maior número de brasileiros.
Por Flávio Dino*
No último dia 20, fizemos um acordo entre o Ministério da Saúde e os governadores, que apontava para o interesse de adquirir várias vacinas, entre as quais as produzidas pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Uma vacina chancelada por cientistas de um dos institutos mais reconhecidos e respeitados no mundo, fundado há mais de 100 anos, e que é patrimônio do povo brasileiro, o Butatan. O acordo também contemplava a aquisição de outras vacinas eventualmente disponíveis, pois, quanto mais alternativas que sejam seguras e eficazes, melhor para a população. Estranhamente, no dia seguinte ao acordo, Bolsonaro mandou rasgá-lo, ameaçando um planejamento nacional de imunização tão fundamental para esse momento.
Destaco que o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil é estruturado de forma tripartite, com responsabilidades e competências legais definidas aos Municípios, Estados e ao Governo Federal, cabendo a este último o Programa Nacional de Imunização, a partir de autorizações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em meio à guerra ideológica que marca o atual Governo Federal, é importante que se compreenda que conseguir comprar as vacinas adequadas é apenas um passo diante do enorme desafio de garantir a vacinação da população brasileira. Etapas como distribuição, armazenamento, aplicação das vacinas e aquisição de insumos que viabilizem a ampla imunização são preocupantes. Países, entidades e empresas já se preparam para essa corrida logística, enquanto no Brasil se vê grande confusão, numa completa perda de tempo. Que fique claro: nesse enorme projeto mundial de imunização, quanto mais atrasados estivermos, mais distantes estaremos de uma forte solução para o coronavírus. E vidas continuarão sendo perdidas, infelizmente.
A posição do Governo do Maranhão é de que as vacinas comprovadamente eficazes, que estejam disponíveis no mercado, precisam ser adquiridas e incorporadas ao Programa Nacional de Imunização, a fim de que cheguem com máxima celeridade à população. Junto aos demais governadores, iremos ao Congresso Nacional ou à Justiça, se necessário for, mas garantiremos que as vacinas adequadas cheguem o mais rápido possível. Espero que o equilíbrio e o bom senso prevaleçam.
*Flávio Dino é governador do Maranhão
—
(PL)