foto do iconi TWITTER

O Twitter decidiu ampliar no Brasil o recurso que permite ao usuário denunciar publicações contendo desinformação, sobretudo sobre a pandemia de Covid-19.

A plataforma anunciou a mudança após o aumento das críticas sobre a demora em adotar medidas de controle desse tipo de postagem.

A notícia é péssima para Bolsonaro e seus apoiadores viciados em transmitir desinformação e farsas pela internet, principalmente contra as vacinas contra a Covid-19.

Em sua defesa, a empresa alegou que mais da metade do conteúdo que viola as regras é detectada por sistemas automatizados, e que o restante é identificado por “monitoramento contínuo de equipes internas”. Contudo, depois da pressão de usuários, a plataforma afirmou que acompanhava a discussão e avaliava “revisões” em suas políticas.

Uma das principais queixas dos usuários era de que o Twitter não oferecia no Brasil as ferramentas de denúncia contra desinformação disponíveis em outros países.

Como forma de pressão sobre a empresa, a iniciativa Sleeping Giants Brasil – que se apresenta como um coletivo de combate à desinformação e não revela a identidade das pessoas que o conduzem – intensificou nas últimas semanas a pressão para que o Twitter tomasse medidas mais restritivas em relação a publicações enganosas.

A hashtag #Fakenewsmata, levantada pelo grupo, alcançou o topo dos assuntos mais comentados. A Sleeping Giants Brasil também lançou um formulário que permitia enviar e-mails automáticos para o CEO da empresa. Até a manhã de segunda-feira (17), mais de seis mil mensagens tinham sido encaminhadas.

O Twitter alega que já possuía uma política de combate a informações enganosas sobre o coronavírus e que pode obrigar que os clientes excluam tuítes gravemente nocivos. A medida chegou a ser aplicada recentemente contra o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Ele teve de apagar publicações nas quais descrevia a vacinação de crianças contra a Covid como “infanticídio”. A empresa também suspendeu a conta do empresário bolsonarista Luciano Hang, após ele compartilhar conteúdo contrário à vacinação de crianças.

Contudo, a plataforma não permitia ao usuário denunciar por conta própria uma publicação que considerasse enganosa sobre a doença.

Além do Brasil, o mecanismo disponibilizado agora chega também à Espanha e às Filipinas. A empresa decidiu não tornar a ferramenta, que ainda não é definitiva, disponível globalmente.