A União Europeia (UE) defendeu nesta quinta-feira (9), durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, a preservação do acordo nuclear com o Irã (JCPOA) – aquele que Obama assinou e Trump rasgou.
A reunião foi convocada para discutir a crise causada pelo assassinato do principal líder militar iraniano, general Suleimani, por ordem da Casa Branca, quando visitava o vizinho Iraque, e posterior retaliação a duas bases de onde partiram os drones usados no crime.
“A UE dá grande importância à preservação do acordo e sua total implementação. É um elemento fundamental da arquitetura da não-proliferação internacional (de armas nucleares) e crucial para segurança na região e no mundo”, assinalou Olof Skoog, o representante europeu na ONU.
Em seu discurso de quarta-feira (8), o presidente Donald Trump convocara os demais signatários do acordo nuclear com o Irã – Grã Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China – a imitá-lo, rasgando também o que assinaram em 2015 depois de quase uma década de negociações, e que o Irã cumprira estritamente, como comprovado pela agência nuclear da ONU, a AIEA.
Paris, Berlim e Londres já reiteraram sua intenção de manter o acordo. A China considerou que “a raiz” da atual crise foi, exatamente, a retirada unilateral dos EUA do acordo. Posição compartilhada pela Rússia. Até mesmo Boris Johnson, o mais empenhado candidato de plantão a poodle de Trump, disse que a continuação do acordo era era necessária e a forma mais efetiva de evitar que Teerã obtivesse armas nucleares.
Na prática, trata-se de uma rejeição, em público, ainda que com todo tato, ao “convite” de Trump para que todos embarcassem em seu delírio.
Apesar de ter posto em prática a quinta fase de seu afastamento dos limites definidos no acordo, o que está previsto em artigo do próprio pacto, quando alguma parte não cumpre com o que assinou – o que é o caso dos EUA -, Teerã enfatizou que caso cessem as sanções que desrespeitam o tratado, imediatamente haverá a reversão dessas medidas.
Ainda assim, o Irã mantém o monitoramento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em suas centrais de processamento nuclear e segue signatário do Tratado de Não-Proliferação, cujos limites são mais brandos do que o acordo de 2015.