2º Congresso Nacional da UNALGBT: "ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro"

A União Nacional LGBT (UNALGBT) realiza nos próximos dias 27, 28 e 29 de março, em Salvador, seu 2º Congresso Nacional. O tema, “Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, ao mesmo tempo em que denuncia a violência que vitima este grupo social é um chamado à resistência. A entidade, fundada por comunistas, atua na luta pelos direitos civis e na preservação da vida da população LGBT.      

O presidente da UNALGBT, Andrey Lemos [foto], comentou o contexto de realização do Congresso. Ele lembra que o Brasil é, já há algum tempo, o país onde mais se matam jovens negras e negros e pessoas transexuais no mundo. Contudo, entende que o machismo, o racismo e a LGBTfobia têm se aprofundado no governo de Bolsonaro.

“O bolsonarismo é uma onda que cresceu fundamentada no patriarcado conservador, no ódio às diferenças e na proposta de um estado autoritário, repressor, racista e misógino, consequentemente lgbtfóbico”, destacou Andrey.

O militante ressalta, ainda, que o governo trabalha pelo fim de direitos sociais e das ações afirmativas, com graves consequências: “Leva a sociedade para um aprofundamento de violências e desigualdades que atinge principalmente a classe trabalhadora, as populações negra, LGBT e outros seguimentos que são discriminados e consequentemente vulnerabilizados”.

“Esse Congresso se constitui uma reposta na mobilização de um seguimento social que se levanta e diz “não” ao bolsonarismo. E que se organiza para se fortalecer na luta. Nosso congresso terá como papel organizar nossa militância para uma convergência de lutas. Queremos uma frente ampla de movimentos sociais para defender as instituições democráticas e principalmente a vida da nossa gente e o futuro da nossa nação”, concluiu.

Participação convocada

Em circular, o PCdoB convoca à participação no Congresso e estimula que as direções estaduais promovam reuniões e debates sobre o tema. Sugere, ainda, que se garanta a presença de representantes. O documento é assinado pela presidenta nacional da sigla, Luciana Santos; bem como pela secretária nacional de Movimentos Sociais, Liege Rocha e por Andrey Lemos, que além de presidente da UNALGBT é coordenador nacional LGBT da sigla.

“O PCdoB compreende a luta pelos direitos da população LGBT como uma causa democrática, coaduna com o Programa do Partido ao se inserir na defesa da unidade do povo brasileiro”, destaca a circular.

O documento ressalta que “vivemos tempos difíceis na vida nacional” e defende a união de amplos segmentos da sociedade em defesa da democracia como central na resistência ao bolsonarismo, contra a volta da ditadura e a implantação do fascismo.

Programação

A programação do 2º Congresso inclui uma série de mesas e debates sobre temas como “Políticas Públicas e Direitos da população LGBT”; “Cultura, Comunicação e Religiosidade” e “Raça, Classe, Gênero e Sexualidade na atual sociedade”, entre vários outros. Na conclusão do encontro, está prevista a realização do ato político “Representatividade, democracia, direitos e liberdade de Amar.”

Entre as diversas personalidades convidadas estão a presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, a deputada estadual e pré-candidata a prefeita de Salvador, Olívia Santana (PCdoB-BA) e a deputada estadual e cantora Leci Brandão (PCdoB-SP).