Uma semana após o Congresso aprovar o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores
informais e de 1.200 para mães chefes de família – que demorou dois dias para ser sancionado
pelo presidente Jair Bolsonaro – o governo ainda não começou a pagar os trabalhadores que
têm direito.
A demora do governo em agir para que o dinheiro chegue ao bolso dos trabalhadores vem
sendo duramente criticada por autoridades, parlamentares e especialistas. São milhões de
famílias que a essa altura, por conta da paralisação econômica causada pela pandemia do
coronavírus, já estão passando fome.
Segundo informações da equipe econômica, os informais que estão registrados no Cadastro
Único do governo federal terão o benefício garantido por esse calendário de pagamento.
Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta segunda-feira pela manhã, o ministro da Cidadania, Onyx
Lorenzoni, informou que o governo deve disponibilizar amanhã, terça-feira, o valor de R$ 600
reais para os trabalhadores informais que possuem conta na Caixa. Segundo ele, os clientes do
Banco do Brasil receberão o dinheiro na quarta-feira.
“Espera ter o pagamento já a partir de terça-feira para quem tem conta na Caixa. Vamos no
fim da tarde dizer qual horário. Temos que ver esse volume, que vai oscilar entre 15 e 20
milhões de pessoas para saber quantos são clientes da Caixa. Essa mesma listagem vai rodar
Caixa e Banco do Brasil para estar na conta de milhões de pessoas na quarta. Já na quarta já
pode transferir”, disse.
Já os informais e autônomos que não fazem parte do Cadastro Único, milhões de
trabalhadores que não se enquadram em nenhum sistema de benefícios sociais, aquelas
pessoas que literalmente se viram como podem para sobreviver, devem solicitar o benefício
por meio de um aplicativo que será lançado pelo governo em parceria com a Caixa Econômica.
Segundo o governo, a ideia é receber todas as informações dos trabalhadores informais
exclusivamente por esses canais virtuais, conferir os dados e liberar o pagamento.
Resta saber se pessoas, que muitas vezes não têm nem conta em banco ou idosos, vão
conseguir acessar o aplicativo. É a precariedade do trabalho no país, ou o tão propalado
“empreendedorismo individual” defendido pelo ministro Paulo Guedes, que agora se mostra
em toda a sua tragédia.
São esses autônomos, ambulantes, diaristas, empregados intermitentes que estejam sem
trabalho e microempreendedores individuais (MEIs) que estarão aptos a se cadastrar no
aplicativo para solicitar o benefício.
Inscritos no Bolsa Família e as mulheres que cuidam sozinhas da família também terão direito
ao auxílio.