Ucrânia: sarampo aumenta onde EUA mantém laboratórios biológicos
“A incidência de sarampo aumentou em mais de 100 vezes” na região onde os Estados Unidos mantém laboratórios biológicos. A denúncia partiu do chefe das Forças de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas Russas, Igor Kirillov. Ele já havia denunciado que uma rede de mais de 30 laboratórios biológicos é mantida pelas forças armadas norte-americanas.
A China exigiu que os EUA esclareçam as atividades financiadas pelo Departamento de Defesa de Washington que estavam sendo realizadas em laboratórios biológicos localizados na Ucrânia.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, também reiterou a exigência nesta quarta-feira (09). Ela chamou a atenção para documentos obtidos por Moscou, desses laboratórios, que testemunham a destruição urgente realizada em 24 de fevereiro de patógenos perigosos de peste, antraz, tularemia, cólera e outras doenças mortais.
“Nossas preocupações que expressamos repetidamente há muito tempo em relação ao desenvolvimento pelos EUA no território da Ucrânia de materiais biológicos para uso militar foram confirmadas”, afirmou.
“A destruição acelerada foi feita para evitar que violações do Artigo 1 da Convenção sobre Armas Biológicas e Toxínicas (CABT) pela Ucrânia e pelos Estados Unidos fossem descobertas”, sublinhou.
Além disso, a porta-voz quis saber se os materiais produzidos naquelas instalações foram efetivamente destruídos. “Não caíram nas mãos de extremistas, de nacionalistas? Quem dará essas garantias?”, perguntou.
Igor Kirilov acrescentou que a administração das suas forças está constantemente analisando a situação biológica no território da Ucrânia, havendo evidências da destruição de programas biológicos realizados até agora. “Ao mesmo tempo, uma análise das instruções dadas aos funcionários dos laboratórios demonstra que o procedimento de eliminação das coleções tem como objetivo sua destruição”, sublinhou.
“Os curadores do Pentágono entendem que se esses materiais chegarem aos especialistas russos, então muito provavelmente será confirmada a violação da Ucrânia e dos EUA da convenção sobre a proibição de armas biológicas e à base de toxinas, em particular, o trabalho de fortalecimento das propriedades patogênicas de microrganismos usando o método de biológica sintética”, assinalou Kirillov, que diz ser essa a única explicação para a pressa da Ucrânia em destruir os restos do programa.
Ele detalhou que eram realizados experimentos sem controle com bactérias da peste bubônica, antraz e brucelose em um laboratório biológico de Lvov, e com a difteria, Salmonelose e disenteria nos laboratórios de Kharkov e Poltava.
Vários tipos de doenças tiveram incidência elevada
“Assim, o número de casos de rubéola, difteria e tuberculose têm aumentado na Ucrânia. A incidência de sarampo aumentou em mais de 100 vezes. A Organização Mundial de Saúde declarou a Ucrânia um país de alto risco de surto de pólio”, apontou Kirilov.
Segundo o funcionário russo, apenas em Lvov foram destruídos nos últimos dias 232 recipientes com leptospirose, 30 com tularaemia, dez com brucelose e cinco com peste.
“No total, mais de 320 recipientes foram destruídos. A nomenclatura e o número excessivo de biopatógenos são indicativos de trabalhos realizados como parte de programas biológico-militares”, apontou.
Victoria Nuland reconhece existência de armas biológicas na ucrânia
Victoria Nuland, subsecretária de Estado dos EUA, admitiu a existência de laboratórios de armas biológicas na Ucrânia.
“A Ucrânia tem instalações de pesquisas biológicas e, de fato, estamos bastante preocupados de que as forças russas estejam buscando tomar controle delas e, por isso, estamos trabalhando com os ucranianos sobre como prever que qualquer destes materiais de pesquisa caia nas mãos das forças russas se elas se aproximam” , confessou em depoimento do Senado norte-americano divulgado pela agência RT.
Rússia e China assinalaram que Washington destina 200 milhões de dólares para o desenvolvimento da rede de cerca de 30 laboratórios biológicos no país europeu.