Trump mentiu sobre “roubo da eleição” e açulou sua turba: "vamos marchar ao Capitólio"

Trump foi banido do Twitter em definitivo nesta sexta-feira (8). Do Facebook e do Instagram também está suspenso por tempo indeterminado desde a quinta -feira (7).

Enquanto que o Twitter informa que as mensagens de Trump “incitam a violência”, o Facebook, afirma que “os riscos de permitir que o presidente use a plataforma neste momento são simplesmente grandes demais”.

“Os eventos das últimas 24 horas demonstram claramente que o presidente Donald Trump pretende usar seu tempo restante no cargo para minar uma transição pacífica e legal ao seu sucessor eleito, Joe Biden (…) Portanto, estamos estendendo o bloqueio que implementamos em suas contas no Facebook e no Instagram por tempo indeterminado e por, pelo menos, até as próximas duas semanas até que uma transição pacífica de poder seja concluída”, escreveu Mark Zuckerberg, diretor executivo do Facebook.

Trump já havia sido suspenso temporariamente da plataforma Twitter na noite de quarta-feira, após o Congresso dos EUA ter sido invadido pela turba incentivada por ele, que queria impedir a ratificação da vitória de Joe Biden nas eleições.

O Facebook derrubou vídeo postado por Trump, por conta de “risco de violência”. Nele, o presidente pedia que os manifestantes voltassem para casa, mas continuava a alegar, sem provas, que a eleição fora “roubada”. A postagem também foi tirada do ar pelo Instagram e o YouTube.

Além do discurso público que fez aos invasores, insuflando-os a “marcharem ao Capitólio”, Trump também repetiu as alegações infundadas sobre fraude em suas redes sociais.

“Esta é uma situação de emergência e estamos tomando as medidas de emergência apropriadas, incluindo a eliminação do vídeo do presidente Trump”, afirmou Guy Rosen, vice-presidente de integridade do Facebook. “Nós o eliminamos porque acreditamos que isso contribui para diminuir o risco de que a violência continue”, acrescentou. “Também bloqueamos a conta do presidente Trump”, disse Adam Mosseri, chefe do Instagram.

“As contas de Trump lhe serviram como arma política, como um meio de comunicação que penetra nesses EUA profundos que ele representa”, diz Rubén Darío Vázquez, professor da Universidade Autônoma do México (UNAM) e especialista em redes sociais e democracia.

Trump também utilizou o Twitter como um lugar de desinformação permanente para postar mensagens falsas e não verificadas durante as últimas eleições, incentivando o racismo e o ódio. “As redes sociais têm sido um terreno fértil muito importante para conectar todos esses grupos extremistas com os quais Trump chegou à presidência”, disse Vázquez.