TV pró-Trump Fox News reconhece que o vencedor é Biden
No sábado, a Fox News, que tem sido o principal sustentáculo de Trump na mídia tradicional, se descolou do presidente reality show e registrou a vitória do democrata Joe Biden na eleição, estampando ainda o placar de 290 a 213.
Durante a semana, âncoras da emissora vinham dando força às mentiras de Trump sobre “fraude na eleição”. A questão é importante, entre outros aspectos, porque, como nos EUA não existe uma justiça eleitoral que proclame o resultado, como é feito praticamente no mundo inteiro, acaba sendo a projeção, pelas redes de televisão e pelos jornais, do vencedor, que cumpre esse papel. E em seguida, o candidato perdedor reconhece a derrota, e em seguida acontece o discurso da vitória do eleito.
Fox News registra que a vitória é de
Já tinha chamado a atenção, que quando a Associated Press concedeu a vitória no Arizona a Biden, fora acompanhado pela Fox News – embora não pelo The New York Times ou pela NBC.
O que deu origem à polêmica sobre se Biden estava com 264 – como já garantiam a AP e a Fox News, ou com 253, nas contas de outros meios de comunicação.
Inclusive o portal Político registrou o incômodo provocado na Casa Branca pelo registro da Fox News. Segundo relatos posteriores, o próprio Trump teria tentado, em vão, em telefonema ao bilionário dono da rede de televisão, Murdoch, para evitar que a Fox News endossasse o avanço de Biden no Arizona.
O anúncio da AP – que a Fox seguiu – cumpriu um papel muito importante naquele momento do ponto de vista político e do moral da militância oposicionista, ao demonstrar que o caminho da vitória continuava aberto para Biden, apesar da vitória de Trump na Flórida e da ‘miragem vermelha’ na votação da Pensilvânia.
Depois, ainda com a contagem de votos no Arizona em andamento, a vitória de Biden na Pensilvânia resolveu a questão, ao tornar impossível que Trump o alcançasse no Colégio Eleitoral. Os democratas venceram a disputa pelo Senado no Arizona.
À parte a Casa Branca, a Fox News não deixou desamparada a torcida pró-Trump, com chamadas de que “Trump perdeu, mas o trumpismo não acabou” e destaques para as falsidades do advogado faz-tudo de Trump, Rudy Giuliani, sobre “eleição roubada”. Além da cínica reclamação de um apresentador de que as comemorações nas ruas pela derrota de Trump não estariam respeitando as “normas de distanciamento”.