Casa de câmbio de moedas na Istiklal, principal rua comercial de Istambul

O brusco aumento da taxa de juros de 17% para 19% provocou a imediata demissão do presidente do Banco Central da Turquia, Naci Agbal, que mal chegou a dois dias no cargo.

A destituição foi anunciada no último sábado pelo presidente turco, Recep Erdogan, após o BC turco ter decretado a elevação dos juros sob a alegação de que serviria para “conter a inflação”.

A elevação da taxa básica de juros que a colocou em 19%, o patamar mais alto entre as grandes economias, havia sido saudada como “favorável” por banqueiros e especuladores, mas amplamente condenada pela população e pelo setor produtivo.

Recém-nomeado, Sahap Kavcioglu, ex-membro do Parlamento pelo partido governante AKP, defende a mesma opinião do presidente Erdogan de que aumentos nos juros são contraproducentes, pois iriam “indiretamente fazer a inflação aumentar”. “Enquanto as taxas de juros estão próximas de zero no mundo, optar por um aumento da taxa para nós não vai solucionar os problemas econômicos”, escreveu recentemente Sahap, em coluna no jornal Yeni Safak.

De ideologia islâmica e nacionalista, o jornal havia acusado Naci Agbal de fazer parte de uma conspiração. “Em nome de quem você realizou esta operação?”, questionou a publicação, repudiando a alta de juros.

Kavcioglu será o quarto presidente do Banco Central turco desde julho de 2019.