Trump (d) propôs um fosso na fronteira com o México para encher de crocodilos como última linha para barrar imigrantes. (Montagem HP/Reuters/AFP)

Durante uma reunião realizada em março na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs que os guardas da fronteira passassem a atirar nas pernas dos imigrantes, que deveriam se ver bem fragilizados do lado mexicano, diante de um muro fortificado. Pela proposta, seria construído um fosso cheio de água repleto de serpentes ou crocodilos.

A informação foi dada na quarta-feira (2) pelo jornal New York Times, tendo como fonte Thomas D. Homan, que trabalhou como diretor interino de Imigração e Controle de Aduanas de Trump.

Conforme a reportagem, logo após sugerir publicamente que os soldados abrissem fogo contra os imigrantes, caso estes esboçassem qualquer reação, o presidente se retratou, pois seus assessores lhe informaram que tal prática era flagrantemente ilegal. Porém, mais tarde, em uma nova reunião privada, Trump voltou a sugerir que disparassem nas pernas, diante da surpresa de seus colaboradores.

Como se não bastasse a proposta dos fossos repletos de répteis, Trump ainda solicitou que fosse feito um cálculo do custo para erguer uma parede eletrificada, com pontas bem afiadas na parte superior que pudessem perfurar a carne humana.

Com base em entrevistas de dezenas de funcionários do governo, os repórteres do NYT Michael D Shear e Julie Davis relataram que aquela foi “uma semana frenética de fúria presidencial”, durante a qual o “zelo de Trump para impedir a imigração o levou a buscar soluções, uma mais extrema que outra”.

A reportagem narra ainda um relacionamento especialmente tenso entre o presidente e o seu secretário de segurança interna, Kirstjen Nielsen, que muitas vezes precisou lhe esclarecer a razão pela qual não podia infringir, constantemente, leis e normas internacionais. Em virtude destes reiterados avisos e alertas, Nielsen acabou sendo demitido.

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