CULLMAN, ALABAMA - AUGUST 21: Former U.S. President Donald Trump gives a thumbs-up as he finishes addressing a "Save America" rally at York Family Farms on August 21, 2021 in Cullman, Alabama. With the number of coronavirus cases rising rapidly and no more ICU beds available in Alabama, the host city of Cullman declared a COVID-19-related state of emergency two days before the Trump rally. According to the Alabama Department of Public Health, 67.5% of the state's population has not been fully vaccinated. Chip Somodevilla/Getty Images/AFP (Photo by CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

O comandante em chefe do negacionismo nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump, foi vaiado em um comício no Estado do Alabama no sábado (21) ao defender, aos seus aficionados da cidade de Cullman, a vacinação contra a Covid-19.

A malta trumpista não gostou do fraquejamento de Trump na questão, depois de tão laboriosamente os haver convencido das vantagens da hidroxicloroquina, feito campanha contra o uso da máscara facial e minimizado a pandemia.

Dois dias antes, havia sido decretado em Cullman Estado de Emergência por causa do agravamento da pandemia na cidade.

O Alabama é um dos Estados mais atingidos pelo recrudescimento da pandemia sob a variante Delta, tem um dos mais baixos índices de vacinação do país e não tem mais leitos de UTI disponíveis.

Trump chegou a ter de interromper o seu discurso, e se virou como pôde no comício “Salve a América”: “Eu acredito totalmente na sua liberdade, eu acredito. O que você tem de fazer você tem que fazer. Mas eu recomendo: tomem a vacina! Eu tomei e é boa. Tomem a vacina”, afirmou.

Vieram as vaias, e o ex-presidente chegou a fazer um sinal de “não” com a mão, mas remendou, dizendo que “não, tudo bem, tudo certo. Vocês têm suas liberdades, mas eu tomei a vacina”.

Acrescentou que “se não funcionar, vocês vão ser os primeiros a saber, ok?”, provocando risadas.

Sob o negacionismo e incúria do governo Trump, os EUA se tornaram o recordista mundial de mortes por Covid-19 (628 mil) e de infectados (37,7 milhões).

A doutrinação promovida por Trump e acólitos contra a vacinação teve o efeito colateral de causar uma forte desaceleração da imunização nos últimos meses, que caiu a menos de um terço do ritmo diário de abril.

Atualmente os EUA estão atrás de dezenas de países em porcentagem de população imunizada, perdendo até para a Mongólia e o Butão, diante da resistência de parte dos americanos.

Por causa da variante Delta, a pandemia ressurgiu nas áreas mais influenciadas pelo trumpismo e de baixas taxas de vacinação. O número de casos confirmados por dia nos EUA, que despencara de cerca de 250 mil em janeiro para menos de 200 mil em junho, já está em quase 150 mil.

As mortes mais que quadruplicaram em um mês e meio desde julho, voltando a ficar acima de 1 mil, depois de ter caído de 3,5 mil por dia para menos de 250.