Coréia do Sul abriga dezenas de bases norte-americanas e mais de 28 mil soldados dos EUA

 Após o regime Trump exigir que o preço pago pela ocupação fosse multiplicado por cinco – de US$ 1 bilhão anual, para US$ 5 bilhões -, os negociadores da Coreia do Sul deixaram a mesa depois de apenas uma hora de discussões programadas para continuar ao longo do dia.

Diante do colapso das negociações sobre o tamanho da extorsão por abrigar dezenas de bases norte-americanas e mais de 28 mil soldados dos EUA, o ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul pediu que o valor seja “mutuamente aceitável”, como acordado “nos últimos 28 anos”.

Os diplomatas sul-coreanos esclareceram que Washington até mesmo criou uma “nova categoria” para justificar a quintuplicação do valor.

Já na versão do negociador-chefe dos EUA, James DeHart, os norte-americanos interromperam as negociações para “dar tempo ao lado coreano para reconsiderar, e espero apresentar novas propostas que permitam a ambos os lados trabalhar em direção a um acordo mutuamente aceitável, no espírito de nossa grande aliança”.

“Infelizmente, as propostas apresentadas pela equipe de negociação coreana não responderam ao nosso pedido de compartilhamento de ônus justo e equitativo”, lamentou DeHart.

Afinal, como diria seu presidente, Trump, atualizando a velha filosofia da máfia de ‘quer proteção, tem que pagar’, é um desplante que os países ocupados fiquem rateando na hora de pagar pela ocupação.

De acordo com o jornal sul-coreano Hankyoreh, esse aumento “parece incluir o custo da implantação de ativos estratégicos americanos a partir de bases fora da Península Coreana, como Guam e Havaí” e sugere que EUA poderiam pedir à Coreia do Sul “para enviar tropas ou fornecer apoio financeiro para operações no Mar da China Meridional e no Estreito de Ormuz”.

O jornal questionou ser do interesse nacional coreano se integrar de cabeça no projeto de Washington “de contenção da China por meio de sua estratégia indo-pacífica” e de “manutenção da hegemonia americana na região indo-pacífica”, e ainda registrou que “ficar enredado nos assuntos militares dos EUA não beneficia a Coreia do Sul”.

Também assinalou que ao mesmo tempo em que quer quintuplicar o quanto Seul paga pela ‘assistência militar’ norte-americana, Washington ainda “não desistiu de manter o Controle Operacional em Tempo de Guerra (OPCON) sobre as forças armadas sul-coreanas.

Ou seja, um general dos EUA, no frigir dos ovos, é quem manda nas tropas sul-coreanas. Segundo o Hankyoreh, “não faz sentido para a Coreia do Sul pagar uma contribuição de compartilhamento de custos sem recuperar o OPCON”. Como finalizou o professor emérito da Universidade da Geórgia, Han Park, se a Península Coreana, que é o último bastião da Guerra Fria, for finalmente transformada em uma zona de paz, isso não ofereceria ao mundo um novo modelo de paz?”

Segundo a matéria, Trump ‘está exigindo do Japão que multiplique por quatro seu pagamento pela ocupação.