Trump paga para ver e recontagem amplia vitória de Biden
Mau perdedor, Donald Trump continua colecionando fracassos e revezes em sua tentativa de garfar as eleições. No domingo, os dois condados de Wisconsin em que ele pagara US$ 3 milhões pela recontagem, concluíram os trabalhos, aumentando em 87 votos a margem de vitória do democrata Joe Biden. Na segunda-feira, o Arizona anunciou a certificação de Biden como vencedor da eleição a presidente no estado.
Foi o reconhecimento, pela Associated Press e a Fox News, de que Biden era o vencedor no Arizona, que abriu o caminho para a virada, no momento em que Trump ainda estava na frente, por causa do Texas e da Flórida.
Em Wisconsin, Biden havia vencido com uma vantagem de mais de 20.600 votos. Com a recontagem, Biden aumentou seu placar em 132 votos em Dane, mas como em Milwaukee Trump cresceu 45 votos, no cômputo geral a margem da vitória do democrata cresceu 87 votos.
A recontagem havia sido pedida pela campanha de Trump no dia 18. Pela lei do Estado, quando a diferença entre os candidatos é maior que 0,25%, cabe ao descontente arcar com a despesa da recontagem.
Em entrevista à Fox News, Trump passou recibo, chamando Milwaukee de “um dos lugares políticos mais desonestos”, uma cidade “extremamente corrupta”. Pelo Twitter, ele asseverou que o objetivo da recontagem não era encontrar “erros de contagem”, mas as “pessoas que votaram ilegalmente”, prometendo “voltar aos tribunais”.
O tempo está acabando para Trump e no dia 14 de dezembro os Estados irão formalizar o encaminhamento ao Congresso dos delegados ao Colégio Eleitoral.
Na mesma entrevista, Trump admitiu que “O problema é que é difícil levar [a contestação da eleição] à Suprema Corte”.
No sábado, quando uma corte de apelação por unanimidade rechaçou a tentativa da campanha de Trump de impedir a certificação da vitória de Biden no decisivo estado da Pensilvânia, apontando que “são os eleitores que escolhem o presidente, não os advogados”, Trump voltou ao Twitter para marcar seus recalques.
“1.126.940 votos foram criados do nada. Eu ganhei a Pensilvânia por muito, talvez mais do que alguém jamais saiba. Os votos da Pensilvânia foram CRIADOS A PARTIR DO NADA, tal como todos os outros estados decisivos. O mundo está assistindo!”, postou.
Na sexta-feira, Trump atribuiu, subrepticiamente, sua derrota à votação em peso da população negra norte-americana contra ele.
“Quando você vê o que aconteceu em Detroit, Atlanta, Filadélfia e Milwaukee, uma grande fraude eleitoral, temos um grande problema sem solução!”, o bilionário postou no Twitter – que, aliás, marcou a publicação como “contestada”.
Ele disse ainda que “Biden só pode entrar na Casa Branca como presidente se puder provar que seus ridículos ’80 milhões de votos’ não foram obtidos de forma fraudulenta ou ilegal”.
Em relação ao esperneio, o governador republicano Asa Hutchinson, do Arkansas, que já reconheceu que Biden é o presidente eleito, disse que “a transição é o importante”. “As palavras do presidente Trump não são tão significativas”, explicou à Fox News.