O atual ocupante da Casa Branca disse que a mortalidade de 3,4% do coronavírus, apurada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), “é realmente um número falso”. Mas acrescentou que “este é apenas o meu palpite”

Após ter reclamado que a “politização do coronavírus” atrapalhava sua reeleição, o presidente Trump agora se meteu a corrigir a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a taxa de mortalidade global de 3,4%.

Em um telefonema com o apresentador da Fox News, Cedam Anete, Trump disse que “os 3,4% são realmente um número falso”, acrescentando candidamente que “este é apenas meu palpite”.

A douta ‘avaliação’ de Trump se deveria a que “muitas pessoas terão isso e é muito leve – elas melhoram muito rapidamente, nem sequer procuram um médico, nem sequer chamam um médico – você nunca ouve falar sobre essas pessoas, coloque-as na categoria da população em geral, em termos dessa gripe coronavírus”.

“Você sabe”, disse Trump, “de repente parece 3 ou 4%, que é um número muito alto, em oposição a uma fração de 1%. Mas, novamente, eles não sabem dos casos fáceis porque os casos fáceis não vão para o hospital. Eles não se reportam aos médicos ou ao hospital em muitos casos. Então eu acho que esse número é muito alto. Eu acho que o número, pessoalmente, eu diria que o número está muito abaixo de 1% “.

Depois, Trump descartou o conselho de seu próprio governo de ficar em casa, caso você esteja se sentindo doente: “Se temos milhares ou centenas de milhares de pessoas que melhoram, apenas, você sabe, sentadas e até indo trabalhar, algumas delas vão trabalhar, mas elas melhoram e, quando você morre, como teve no estado de Washington, como teve na Califórnia, acredito que teve um em Nova Iorque”.

Como registrou a CNN, não tinha havido qualquer morte por coronavírus relatada em Nova Iorque.

Trump não se furtou a exibir sua ignorância sobre a gripe comum. “Com a gripe comum, calculamos a média de 27 mil a 77 mil mortes por ano. Quem pensaria isso? Eu jamais soube disso até seis ou oito semanas atrás”, disse o presidente a Anete.

Comentários que justificam a observação do historiador Max Skidmore, autor de “Presidentes, Pandemias e Política”, de que a aversão de Trump a fatos e conhecimentos o tornam “totalmente incompetente” para o desafio do coronavírus.

Já o âncora da MSNBC, Chris Hayes, só vê um jeito: “Donald Trump deve tirar o próximo mês e jogar golfe, enquanto alguém lida com isto [a epidemia de coronavírus].” Ele acrescentou que “precisamos da verdade. Precisamos dos fatos. Precisamos de testes. E precisamos deles agora. Precisávamos deles há uma semana”.