Trump é investigado por sumir com documentos da Presidência
Trump é investigado por uma comissão do Congresso norte-americano acusado de ter levado para casa documentos da Presidência dos Estados Unidos.
A investigação teve início depois da descoberta de caixas abarrotadas de documentos em sua mansão na Flórida. Também foi constado o aparecimento de uma reportagem jornalística sobre a destruição de papéis oficiais da Casa Branca, quando ele estava no cargo, numa flagrante violação da lei dos EUA.
A presidente da Comissão de Supervisão, Carolyn Maloney, expressou em comunicado, na quinta-feira (10), sua “profunda preocupação porque esses documentos não foram entregues ao Arquivo Nacional e à Administração de Documentos imediatamente no final do governo Trump e aparentemente foram retirados da Casa Branca”.
Os Arquivos Nacionais asseguram que o ex-presidente republicano não tinha o direito de ir embora com essa documentação: segundo uma lei de 1978, nos EUA os presidentes devem transmitir todos os emails, cartas e demais documentos de trabalho a essa agência, encarregada de conservá-los.
A investigação foi pedida depois que a instituição teve que recuperar na Flórida 15 caixas de documentos que Donald Trump levou consigo quando saiu de Washington, em janeiro de 2021.
Segundo o jornal The Washington Post, entre os documentos estavam as versões originais de uma carta que o ex-presidente, Barack Obama, deixou para Trump quando foi empossado pela primeira vez, e cartas escritas a Trump pelo líder norte-coreano, Kim Jong-Un.
Também estava nas caixas um mapa que Trump desenhou com uma caneta preta para demonstrar a trilha do furacão Dorian em direção ao Alabama em 2019 para apoiar uma declaração que ele fez no Twitter que contradizia as previsões meteorológicas.
O caso chama ainda a atenção pela quantidade de documentos colados manualmente. Foi divulgado que Trump tinha o hábito de rasgar em pedaços memorandos que deveriam ser preservados. Apesar de advertido de que a destruição poderia ser caracterizada como violação à lei, ele continuou a fazê-lo sistematicamente durante o mandato. Acredita-se que boa parte tenha sido inutilizada.
A documentação é extremamente importante em qualquer Presidência, mas os de Trump em particular são de interesse de outra comissão legislativa que investiga as ações encobertas e violentas que tentaram impedir a certificação da eleição presidencial vencida pelo democrata Joe Biden, ocorridas em 6 de janeiro de 2021 no Capitólio.
O ex-presidente, que também teve suas empresas Trump Organization, e Trump Payroll Corporation indiciadas por 15 acusações criminais, de sonegação fiscal e fraude, entre 2005 e 2021, tentou minimizar o assunto. Ele disse em comunicado que “após discussões colaborativas e respeitosas” o Arquivo Nacional providenciou o transporte de Mar-a-Lago – resort onde fica sua mansão – de “caixas contendo documentos presidenciais”.