A maioria das vítimas estava no ponto de ônibus e em um caixa eletrônico

Míssil lançado pelas forças ucranianas atingiu a avenida principal da cidade de Donetsk, matando cerca de 20 pessoas e deixando outras 36 feridas. O disparo do míssil Tochka-U não visou objetivo militar, foi apontado para área densamente povoada e conduziu uma bomba de fragmentação, o que revela, neste caso, nítida intenção de assassinar muitos civis. Tais bombas são proibidas pelas convenções internacionais.

O líder da RPD, República Popular do Donetsk – que se rebelou, junto com a de Lugansk, contra o regime implantado através do golpe de 2014 com epicentro na praça Maidan – Denis Pushilin informou que “no momento, podemos falar sobre o maior número de vítimas civis como resultado de um único ataque. Cerca de 20 pessoas morreram, mas o número está sendo atualizado”, declarou pouco depois da explosão no sábado (12).

O líder também destacou que há crianças entre as vítimas e que “as pessoas estavam na fila do caixa eletrônico, no ponto de ônibus”. “É um crime de guerra”, protestou Pushilin.

Na avaliação do dirigente de Donetsk, as consequências do covarde ataque contra a principal avenida da cidade poderiam ter sido ainda piores. “Conseguimos derrubar o míssil tático Tochka-U, mas mesmo os destroços [pela bomba de fragmentação] causaram muitos danos”, ressaltou.

Conforme os militares da RPD, “as formações armadas ucranianas mais uma vez usaram o sistema de mísseis táticos Tochka-U nas áreas residenciais de Donetsk, a fim de provocar genocídio e destruir importantes infraestruturas civis na capital da República”.

Em comunicado oficial, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que a utilização de um míssil de fragmentação em local onde não há qualquer alvo militar tem como alvo somente a população civil, o que é uma conduta criminosa.

Diante da repercussão extremamente negativa das imagens da destruição causados pelo míssil da Ucrânia, o governo de Zelensly declarou que o lançamento não é de sua responsabilidade e que desconhece sua origem.

“Estamos muito, muito desapontados que os líderes europeus, minha colega [secretária de imprensa da Casa Branca Jen Psaki], seu chefe, o presidente dos EUA Joe Biden, os líderes de organizações internacionais, a liderança da OTAN, não disseram nada ontem ou hoje sobre Donetsk, ou os moradores civis que morreram com o míssil lançado pelos militares ucranianos”, disse Peskov, falando em uma entrevista com repórteres na terça-feira.

“Não darei nenhuma avaliação pessoal sobre este assunto. Só quero afirmar isso e pedir a todos que prestem atenção a esse fato”, acrescentou Peskov.

Depois que um míssil balístico ucraniano Tochka-U equipado com bombas de fragmentação foi abatido sobre o centro da cidade de Donetsk na segunda-feira, matando 20 civis e ferindo outros 36, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia caracterizou o ataque como um “crime contra a humanidade” e alertou que “não ficará impune”.

Para o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, que o bombardeio da República Popular de Donetsk usando bombas de fragmentação ilegais é evidência de que as forças ucranianas estavam tentando matar omaior número possível de civis, e disse que uma decisão sobre o uso do Tochka-U exigiria a aprovação do liderança militar ucraniana em Kiev.