Tristeza: Augusto Buonicore se foi
É muito dolorosa a tarefa de escrever algumas linhas para recordar e homenagear um amigo, irmão e camarada que se despediu da vida. É com imensa tristeza que lembro a convivência antiga, e profícua, com Augusto Buonicore que se foi, nesta tarde de março (11).
Por José Carlos Ruy*
Conheci o Augusto em meados da década de 1980, quando militávamos no CES – o Centro de Estudos Sindicais. Jovem, ele já era o intelectual brilhante e rigoroso que os anos confirmariam. Tive o privilégio de, ao longo do tempo, atuar com ele também na Escola João Amazonas do PCdoB, na Fundação Maurício Grabois, na discussão de tantos livros e textos publicados pela FMG, e no próprio Partido.
Augusto sempre foi um exemplo de modéstia comunista, e também de rigor intelectual e político, demonstrados em sua trajetória registrada nos textos que constituem seu valiosíssimo legado não só aos comunistas, mas à vida intelectual progressista mais ampla.
Ele foi um desses que não aceitavam respostas fáceis, de catecismo, e enfrentavam a dura tarefa de pesquisar para compreender a realidade em profundidade, e difundir amplamente essa compreensão.
Augusto foi um desses que não recuam em tarefas que podem ser difíceis. E tinha a delicadeza e a lealdade de apontar, com rigor, o que lhe parecia falho ou inconsistente na pesquisa. O Augusto era assim – um camarada amigo, franco e leal. Sua partida deixa, particularmente neste momento em que a democracia sofre ameaças tão severas, um enorme vácuo no Estado Maior da luta contra o arbítrio e o autoritarismo. Luta que, embora mais difícil por sua ausência, será levada adiante por seus amigos e camaradas. Augusto Buonicore, presente!