Em setembro, trabalhadores por conta própria somam 24,4 milhões de pessoas – alta de 1,2% sobre o trimestre encerrado em agosto.

A informalidade bateu recorde no país em setembro, informou a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quinta-feira (31).
No trimestre encerrado em setembro, a taxa de informalidade no mercado de trabalho subiu para 41,4% (veja gráfico abaixo. É o maior patamar da série histórica inciada em 2015. Um total de 38,806 milhões de brasileiros no trabalho precário, sem carteira assinada ou fazendo “bico”, o maior contingente de trabalhadores já registrado pelo IBGE até então.
No trimestre encerrado no mês passado, houve aumento de 2,9% no emprego sem carteira assinada no setor privado – registrando 11,8 milhões de pessoas. Já os trabalhadores por conta própria totalizaram 24,4 milhões de pessoas – um aumento de 1,2% sobre o trimestre encerrado em agosto.
O crescimento de trabalhadores que correram para a informalidade, já que o mercado de trabalho formal padece com a crise, explica a queda na desocupação registrada no período: de 12,0% no trimestre encerrado em agosto, para 11,8%. Assim, o desemprego medido pela pesquisa computa o número de 12,5 milhões de desempregados que buscavam trabalho no período de coleta de dados da pesquisa.
“Do ponto de vista quantitativo, tem mais pessoas trabalhando nesse trimestre, mas a questão é a qualidade dessa forma de inserção informal”, ressalta a analista da pesquisa pelo IBGE, Adriana Beringuy.
Esses 36,2 milhões de pessoas (quando somados os trabalhadores sem registro e os trabalhadores por conta própria) trabalham sem direitos, sem salário fixo e sem estabilidade. São os ambulantes, motoristas de aplicativos e os que vivem de “bico” como alternativa à falta de emprego.
A Pnad Contínua também computou que a população subutilizada, ou seja, que poderia trabalhar mais horas por dia ou por semana, foi de 27,5 milhões de pessoas.
Já os desempregados que desistiram de procurar trabalho porque não encontram – a chamada população desalentada – representa 4,7 milhões de pessoas, número que não é adicionado à taxa de desocupação.