Brasília - Brasileiros aproveitam o sábado para sacar o FGTS inativo durante a segunda etapa do liberação do FGTS nas agências da Caixa Econômica (José Cruz/Agência Brasil)

Os trabalhadores da Caixa Econômica Federal estão se mobilizando para barrar o projeto de
privatização do banco estatal. As atividades começam a partir desta terça-feira (10) e incluem
visitas aos locais de trabalho, reuniões e assembléias, além de manifestações nas agências.
A princípio as atividades se estendem até o próximo dia 18 de março, quando todo o
funcionalismo está convocando manifestações por todo o país em defesa dos serviços públicos
e contra a reforma administrativa proposta pelo governo Bolsonaro.

“O que o governo quer fazer com a Caixa, banco que ainda é 100% dos brasileiros, vai afetar,
sobretudo, a população mais pobre, que não é atendida pelos bancos privados. Além de
comprometer a função social da instituição, que responde por 70% de todo o financiamento
habitacional, chegando a 95% em alguns municípios”, destaca o presidente da Federação
Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Jair Pedro Ferreira.
Segundo a Fenae, as manifestações vão começar com visitas a locais de trabalho onde foram
identificadas as chamadas “medidas administrativas ou ações de abuso”, caracterizadas por
descomissionamentos sumários e pela transferência arbitrária de empregados.
“Essa reestruturação desrespeitosa e antidemocrática vem sendo promovida pela direção do
banco sem qualquer negociação com os representantes dos trabalhadores”, observa Dionísio
Reis, coordenador da Comissão Executiva de Empregados (CEE) e diretor da Região Sudeste da
Fenae.
A Fenae alerta para o processo de vendas de ativos da Caixa iniciada no ano passado, com a
venda do braço de loterias instantâneas Lotex e de participações no IBR Brasil, no Banco Pan e
na Petrobras, que deve prosseguir em 2020 com a alienação de parte da Caixa Seguridade e da
Caixa Cartões.
“É evidente que Caixa está sendo privatizada e que o governo disfarça o processo”, disse
Ferreira.