Carreata correios | Foto: reprodução

O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos de São Paulo (Sintect-SP) realizou na tarde desta sexta-feira (28) a segunda carreata, desde o início da greve no dia 17 de agosto. A carreata saiu da Praça Charles Muller, em frente ao Estádio Municipal do Pacaembu, passando pela avenida Paulista, com encerramento na Praça da República.

O ato também coletou alimentos não perecíveis para doar às entidades que atendem a famílias em situação de vulnerabilidade social, neste momento de grave pandemia.

“Essa não é a primeira e, seguramente, não será a última batalha que nossa categoria vai enfrentar. Tivemos importantes lutas e conquistas. Estamos mostrando para a população que o governo que está aí não está para brincadeira. Que está aí para acabar com os direitos dos trabalhadores, em nível nacional, não só dos trabalhadores dos Correios”, disse o presidente do Sintect-SP, Elias Brito (Diviza).

“Querem entregar a nossa empresa aos estrangeiros, querem entregar com uma mão-de-obra escrava, querem voltar ao Brasil colônia. Se depender do governo federal, da direção da empresa, teremos uma política de arrocho para os trabalhadores e trabalhadoras. Por isso nos manteremos firmes para combater essas aves de rapina e São Paulo tem um papel importante nessa luta”, completou.

A greve tem como objetivo manter os direitos conquistas pela categoria nos últimos acordos coletivos de trabalho (ACT), enquanto a diretoria da estatal propõe o corte de 70 das 79 cláusulas do último acordo. Essa semana o Tribunal Superior do Trabalho (TST) passou a mediar as negociações entre a categoria e a empresa, apresentando a proposta de expandir às condições previstas no acordo anterior até o fim do período de calamidade pública, no final do mês de dezembro.

Contudo, a diretoria dos Correios e o governo Bolsonaro recusaram a proposta feita pela Justiça do Trabalho, que tem por objetivo atenuar os impactos da pandemia sobre uma das categorias de maior importância neste período de pandemia do novo coronavírus. A partir da recusa, inicia-se o julgamento sobre a constitucionalidade da greve em curso.

“Não estamos sozinhos nessa luta, temos muitos parlamentares, centrais sindicais, temos o povo nos apoiando nessa luta. Agora temos que continuar a ganhar a população e os companheiros que podem se sentir pressionados a entrar para trabalhar. Vamos fortalecer os que podem estar vacilantes para que estes se mantenham na luta em defesa de seus direitos e de sua dignidade”, conclui Diviza.

Além da carreata, os trabalhadores promoveram na quinta-feira (27) um mutirão para doação de sangue nos postos da capital paulistas.